terça-feira, 7 de julho de 2015

Polícia identifica suspeito de publicar ofensas contra Maria Júlia Coutinho Jornalista do Jornal Nacional foi alvo de ataques racistas em redes sociais. Adolescente de Carapicuíba foi ouvido e liberado.

A jornalista Maria Júlia Coutinho (Foto: Globo/Zé Paulo Cardeal)A jornalista Maria Júlia Coutinho (Foto: Globo/Zé
Paulo Cardeal)
A polícia de São Paulo informou, nesta terça-feira (7), que identificou um adolescente de 15 anos suspeito de ter publicado agressões racistas na internet contra a jornalista Maria Júlia Coutinho.
Segundo reportagem do Jornal Nacional, o autor dos ataques criminosos mora em Carapicuíba, na Grande São Paulo. Ele foi ouvido pela polícia na segunda (6) e liberado.
O adolescente vai responder por ato infracional e pode sofrer alguma medida socioeducativa. A polícia está tentando identificar outros envolvidos na divulgação de ofensas à jornalista.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), instaurou inquérito policial.

Para chegar ao jovem, policiais rastrearam as imagens com as mensagens ofensivas e fizeram buscas nas redes sociais para identificar as páginas dos envolvidos. O Decradi também solicitou dados cadastrais e números de IPs ao Facebook.
Além da investigação da Polícia Civil, o Ministério Público paulista também vai apurar o caso. O promotor Christiano Jorge dos Santos abriu um procedimento investigativo para apurar dois possíveis crimes: injúria ou racismo. A investigação terá como base os prints dos comentários racistas feitos nas redes sociais.
InjúriaNo Rio, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, o Ministério Público fluminense solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhe o caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
O crime de injúria está previsto no artigo 140 do Código Penal e consiste em ofender a dignidade ou o decoro de alguém “na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”.
A pena pode chegar a três anos de reclusão. Se o promotor entender que houve racismo, os acusados podem responder pelos crimes previstos na Lei 7.716, de 1989.
Há várias penas possíveis para racismo, entre elas prisão e multa. O crime de racismo não prescreve e também não tem direito à fiança.
Comentários racistas
A produção do telejornal publicou no Facebook, na noite de quinta-feira (2), uma foto da apresentadora diante do painel da meteorologia, com um link sobre a previsão do tempo para sexta (3).
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Renata Vasconcellos segura cartaz em apoio a Maju (Foto: Reprodução/Facebook/JN)Renata Vasconcellos segura cartaz em apoio a
Maju (Foto: Reprodução/Facebook/JN)
Desde então, diversas mensagens ofensivas e de conteúdo racista têm sido direcionadas à jornalista nos comentários do post. Em outros comentários, algumas pessoas saem em defesa de Maria Júlia.
No Twitter, Maju respondeu um comentário agressivo de um internauta. Ela deu um reply e escreveu apenas: "Beijinho no ombro".
William Bonner e Renata Vasconcellos publicaram um vídeo no Facebook em que dão um recado, com a equipe do JN. Eles mostraram um cartaz e gritaram "somos todos Maju". No Twitter, a hashtag #SomosTodosMajuCoutinho chegou ao topo dos tópicos mais comentados.
Em dezembro, Maju passou a informar a previsão do tempo no Hora 1, mas de uma forma diferente, mais conversada, como se estivesse na sala do espectador. Desde 27 de abril, está no Jornal Nacional.
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Maria Júlia Coutinho, a Maju, em participação no programa 'Altas Horas' (Foto: Globo/Reinaldo Marques)Maria Júlia Coutinho, a Maju, em participação no programa 'Altas Horas' (Foto: Globo/Reinaldo Marques)

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