sábado, 25 de julho de 2015

Ação do Ministério Público espalha preocupação no mundo político

As investigações conduzidas pelo Ministério Público na Operação Lava Jato que demonstraram com detalhes o caminho do dinheiro de corrupção em contas na Suiça espalha preocupação entre os políticos.

Se foram identificadas contas que pagaram agentes públicos como, por exemplo, quatro diretores da Petrobras, os políticos eventualmente beneficiados com os mesmos recursos também serão identificados. Só para lembrar, o financiamento de campanhas com recursos vindos do exterior é crime.
 
Ainda sem informações de contas no exterior, o Ministério Público Federal avança em investigações sobre políticos e, em relação a alguns, deve oferecer denúncia já no começo de agosto. Nessa lista, pelo menos quatro nomes: Eduardo Cunha, Fernando Collor, Ciro Nogueira e João Pizzolatti.
Os investigadores conseguiram identificar o método utilizado pelas empreiteiras Odebrecht e Camargo Corrêa para pagar agentes públicos e conseguiram, também, chegar a conta bilionária sobre a corrupção na Petrobras.
Muito se falava que a forma tão sofisticada utilizada por alguns tornaria impossível rastrear o dinheiro. Agora, está provado o contrário.
No mundo político, falava-se que Renato Duque, ex-diretor da Petrobras, não pediria o benefício da delação premiada porque não acreditava que pudesse ser identificado o caminho do dinheiro que chegou às suas contas. Pois ele está na lista dos investigadores como beneficiário, ao lado de Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Jorge Zelada.
O que foi tornado público em Curitiba nesta sexta-feira refere-se, apenas, ao que está sob investigação na primeira instância  ou seja, não chega aos eventuais beneficiários que têm a chamada prerrogativa de foro e só podem ser investigados com autorização do Supremo Tribunal Federal. 
Mas é só recordar que, ainda no fim do ano passado, uma equipe da Procuradoria-Geral da República foi até à Suiça solicitar às autoridades de lá informações sobre contas que poderiam beneficiar políticos. Ou seja, documentos relativos a políticos também já podem ter sido recolhidos.

Como disse na entrevista em Curitiba um procurador, "não adiante martelar, martelar, martelar uma mentira porque a verdade vai aparecer". O mesmo deve valer também para os políticos. Até aqui, todos têm negado recebimento de benefícios no esquema de corrupção na Petrobras. A hora da verdade está chegando.

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