Por Alonso Soto
BRASÍLIA (Reuters) - O PMDB, maior partido da base aliada do governo, vai apoiar a redução da meta de superávit primário e aprovar medidas de austeridade, apesar das tensões políticas, disse à Reuters o senador Romero Jucá (PMDB-RR) na quarta-feira.
Líder do PMDB no Senado, Jucá disse que "aplaude" a decisão da presidente Dilma Rousseff de reduzir a meta fundamental para reconstruir a credibilidade. [nL1N102368]
Crítico das políticas econômicas de Dilma, Jucá disse que está confiante de que seus colegas de partido irão aprovar projetos de lei neste ano para cortar gastos e impulsionar a arrecadação.
"No PMBD temos conversado e o PMDB vai apoiar esta meta, porque isso é o que temos defendido", disse. "As tensões são decorrentes do embate político, mas quando há uma verdade ninguém vai ficar contra os números. Os números são os números. Nós temos que melhorar a situação”, acrescentou.
A crise política vivida entre o governo e a base aliada no Congresso, incluindo o PMDB, ameaça inviabilizar os planos de fortalecer as contas públicas e não perder as classificações de grau de investimentos do Brasil.
A queda de receitas forçou o governo a cortar a meta de superávit primário na quarta-feira de 1,1 por cento para 0,15 por cento do PIB. Esta mudança precisa ser ratificado pelo Congresso.
Senadores da oposição enfraqueceram muitas das medidas de cortes de custo do governo e aprovaram projetos de lei para aumentar as despesas. O próprio Jucá levantou questionamentos no governo quando propôs uma emenda para alterar a meta fiscal no início deste mês.
Ainda assim, Jucá disse que Dilma poderia acalmar preocupações ao agir rapidamente para incluir seus aliados nas decisões de política econômica.
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