A formação de um piloto assenta, como seria de esperar, em muita formação técnica. Mas além desta formação específica, os pilotos não são submetidos a nenhum teste de avaliação psicológica especial.
A maioria dos pilotos começa a carreira em escolas de formação de voo (em pequenos aviões), que não submetem os candidatos a testes psicológicos. A avaliação médica acontece após a contratação por uma companhia aérea, e só nesse momento é feita uma triagem psicológica. Esta triagem incide sobretudo sobre os interesses pessoais, as relações familiares e o histórico de depressão e pensamentos suicidas. Mas esta avaliação depende (muito) das respostas do canditado e da opinião do médico que a realiza. Ou seja, a saúde mental é avaliada de forma secundária. E normalmente, no decorrer de entrevistas, como disse à BBC o ex-comandante da British Airways, Tristan Loraine, que se reformou em 2006.
A avaliação médica dos canditados baseia-se sobretudo na saúde física (em especial nos aspectos fisiológicos com a altura, o peso, a urina, etc.). O médico avaliador procura também sinais de abusos de álcool ou drogas e avalia a coerência ao nível do discurso em termos cognitivos.
A BALPA (associação de pilotos britânica) rejeita que a ideia de que a avaliação psicológica dos pilotos seja superficial. Segundo declarações de Rob Hunter (diretor de segurança de voo da BALPA) os pilotos têm total abertura para relatar quaisquer problemas que tenham que enfrentar, sejam eles de ordem técnica, de segurança, pessoais ou com os colegas.
No entanto, Loraine reconhece que isso nem sempre acontece e que chegou a voar com pessoas que não se encontravam em condições de o fazer.
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