segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Filho de Lula não explicou como faturou R$ 2,5 milhões

Luis Cláudio deixou de explicar como calculou faturas, que recebeu por relatórios para projetos na área de esporte que nunca saíram do papel

O filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva não soube explicar, em depoimento à Polícia Federal, quanto cobrou por suas horas de trabalho para fechar negócio de R$ 2,5 milhões com escritório Marcondes & Mautoni. A Operação Zelotes suspeita que o dinheiro tenha relação com a “compra” de medidas provisórias a fim de beneficiar montadoras, como a MMC Mitsubishi e a Caoa Hyundai em isenção de impostos.

Em 4 de novembro, Luis Cláudio Lula da Silva declarou à PF que fez “relatórios” de “projetos” na área de esporte que só ficaram no papel, como noticiou o Correio. Segundo a revista Época, que obteve a íntegra do depoimento e divulgou trechos ontem, o filho do ex-presidente disse que usava o valor das horas de trabalho para calcular o preço do serviço, cujos pagamentos foram feitos em 2014 e neste ano. “Que não sabe mensurar, neste momento, o valor cobrado pela sua hora de trabalho”, diz o depoimento, de acordo com a revista.

Luis Cláudio afirmou nunca ter atuado naquela área específica antes. “Que nunca tinha realizado estudo ou projeto contendo o mesmo objeto deste contrato”, de acordo com reprodução do depoimento. O advogado do empresário, Cristiano Zanin Martins, afirmou ontem que isso significa que “o trabalho entregue ao contratante foi original”. O relatório tratava da “preparação do Brasil para os megaeventos, como a Olimpíada de 2016”, segundo nota do defensor de Luis Cláudio. A empresa LFT Marketing Esportivo não tinha funcionários. Tudo foi feito por Luis Cláudio. “A trajetória profissional de nosso cliente o capacita, inequivocamente, para a realização dos trabalhos contratados”, disse a nota de Zanin, ontem.

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