De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio do litro do etanol em Minas Gerais é de R$ 2,40, enquanto o da gasolina é de R$ 3,50. O percentual do valor do derivado da cana-de-açúcar em relação ao derivado do petróleo é de 68,6%, número muito próximo à linha de corte de 70%, que é o consumo médio do primeiro em relação ao segundo. Isso acontece porque o etanol não tem a mesma energia da gasolina e precisa ser usado em maior quantidade para gerar potência semelhante.
Acontece que 70% é um valor médio. Existem alguns modelos que funcionam melhor com etanol e superam esta média, assim como outros que são mais eficientes com gasolina. Para saber quem é quem, pegamos a última versão da tabela de eficiência energética do Inmetro e fizemos o cálculo do consumo de etanol em relação ao da gasolina. A média de todos os veículos flex que participam do programa ficou em 69,2% e não os 70% de costume. Ou seja, na média desta amostra, para valer a pena usar o etanol, seu preço deve estar até 69,2% do valor da gasolina.
Mas encontramos casos em que esse percentual é bem maior. Como o Fiat Siena 1.4, no qual esse percentual é de 80,6%. Note que isso não significa que o modelo seja mais econômico. Dentro da sua categoria, o Siena foi mal, tendo obtido classificação C, consumindo (em ciclo urbano) 7,1km/l com etanol e 8,8km/l com gasolina. Mas o sedã foi tão mal com gasolina, que o preço do etanol pode estar até 80,6% do da gasolina que ainda vale a pena usá-lo. Encontramos outros modelos que superam a média convencional, como o Kia Picanto 1.0 automático, com 72,8%, e o Hyundai i30 1.6 automático, com 73,1%, mas nenhum tão discrepante como o Siena.
Também encontramos modelos bem abaixo dessa média, como o Citroën C3 1.5, que obteve 63% de consumo de etanol em relação à gasolina. As três variações mecânicas do Honda Civic também estão abaixo: o motor 1.8 com câmbio automático tem 64,7%; o 1.8 manual, 66%; e o 2.0 automático, 65,9%. Quer saber como o seu veículo está nesse quesito? Consulte a lista que preparamos com todos os modelos e suas variantes mecânicas que participam do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular.
Alguns cuidados devem ser tomados para que o consumo fique próximo do real: abasteça sempre no mesmo posto, na mesma bomba e, se possível, no mesmo horário. Interrompa o abastecimento no primeiro clique da bomba. Certifique-se de que o percurso rodado durante a medição seja semelhante ao da sua rotina, sem muitos trechos de estrada ou subidas acima da média.
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