Os sete acusados de integrar um cartel para controlar os preços dos combustíveis no Distrito Federal não poderão gerir seus próprios negócios. Essa é a determinação da juíza Ana Cláudia Morais Mendes, da 1ª Vara Criminal de Brasília. A magistrada decidiu pela liberação dos presos na Operação Dubai e não renovou o decreto da prisão temporária que mantinha os empresários atrás das grades desde a última terça-feira (24/11).
Pela decisão da Justiça, os sete presos que estão no Centro de Detenção Provisória (CDP), no complexo penitenciário da Papuda, poderão deixar a prisão às 0h deste domingo (29/11). Embora ganhem a liberdade, os empresários não poderão, sequer, entrar nos escritórios em que comandavam suas redes de postos. Caso a Polícia Federal identifique que algum deles tentou interferir ou se envolver em decisões corporativas, serão presos novamente. Nenhum deles pode deixar o país ou viajar para outro estado sem que haja liberação da Justiça.
De acordo com uma fonte da Polícia Federal ouvida pelo Metrópoles, os sete envolvidos serão acompanhados de perto pelos investigadores. Qualquer ação para tentar prejudicar as investigações ou atrapalhar o curso do inquérito também irá resultar em prisão. “Orientações ou determinações corporativas repassadas por telefone, internet ou qualquer outro meio serão vistas como uma quebra de decisão judicial”, afirmou.
Serão libertados os presos na Operação Dubai: Antônio José Matias de Souza, sócio da maior rede de postos de combustíveis do DF, a Cascol; Cláudio José Simm, proprietário da rede Gasolline; José Carlos Ulhôa Fonseca, presidente do Sindicato dos Donos de Postos de Combustíveis. Além dos outros quatro envolvidos: Marcelo Dornelles Cordeiro, administrador da rede JB, e José Miguel Simas Oliveira Gomes, funcionário da Cascol; André Rodrigues Toledo, gerente de vendas da Ipiranga e Adão do Nascimento Pereira, gerente de vendas da BR Distribuidora no DF, preso no Rio de Janeiro.
Dubai
Deflagrada na última terça-feira (24/11), a ação desarticulou um cartel de combustíveis no DF e no Entorno. Donos e funcionários das principais redes como Cascol, BR Distribuidora, Ipiranga e Gasolline foram detidos. Segundo as investigações da PF e do MPDFT, o valor da gasolina era elevado em 20% para os consumidores. Além disso, o preço do álcool era aumentado para inviabilizar o consumo do combustível nos postos da capital.
Na ação, sete pessoas foram presas e 25 levadas à Superintendência da PF para prestarem depoimento. De acordo com a investigação, o sindicato perseguia os empresários que decidiam deixar o cartel. O prejuízo que apenas uma das redes investigadas causou para os brasilienses é de, ao menos, R$ 1 bilhão por ano.
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