A lama tóxica de rejeitos de minério que vazou da barragem da Samarco, em Mariana (MG), e chegou ao Espírito Santo, avança sobre o Oceano Atlântico no distrito de Regência, em Linhares, no norte do estado, e mudou a cor do mar. Com tonalidade turva, a água barrenta ultrapassou a barreira de 9 km de boias que havia sido instalada para minimizar os impactos na região. A lama segue rumo às praias de Regência, Povoação e Pontal do Ipiranga. A população foi alertada pela prefeitura a não entrar no mar, impróprio para banho. Perto do limite do rio com o mar, peixes cobertos de barro agonizam, boiando na água suja.
Ontem, o ministro dos Negócios Estrangeiros e do Desenvolvimento Internacional da França, Laurent Fabius, lamentou a tragédia em Mariana durante encontro com a presidente Dilma Rousseff, no Palácio da Alvorada (leia mais na página 13). “Agradecemos ao governo e ao povo brasileiro pela solidariedade (dos ataques terroristas na França). Nós nos solidarizamos pelas catástrofes de Mariana, e estamos juntos com vocês para qualquer circunstância.”
A barragem da Samarco se rompeu em 5 de novembro e devastou com uma enxurrada de lama o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, na região central de Minas Gerais. Desde então, seguiu pelo Rio Doce atingindo, além de cidades mineiras como Governador Valadares, os municípios capixabas de Linhares, Baixo Guandu e Colatina. O primeiro não usa as águas do Rio Doce para abastecimento, enquanto o segundo passou a usar as do Rio Guandu. Já Colatina, que tinha no rio atingido sua única fonte de capacitação, foi obrigada a suspender o uso há seis dias.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, lembrou que há muito a ser feito para recuperar a catástrofe ambiental, principalmente na restauração da bacia do Rio Doce. “Temos que concluir a migração da lama para o mar, que vai dispersá-la”, avisa.
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