segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Com o calendário apertado e a corda no pescoço, Rollemberg cobra pressa da Câmara Legislativa

Michael Melo/Metrópoles


Ele se reúne na manhã desta segunda-feira (16/11) com a presidente da Casa, Celina Leão, e com o líder do governo, deputado distrital Julio César
Preocupado com a demora na aprovação de projetos que vão reforçar o caixa do GDF em 2016, o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) se reúne nesta segunda-feira (16/11) com a presidente da Câmara Legislativa, Celina Leão (PDT), e com o líder do governo, Júlio César (PRB). Será a segunda tentativa, em uma semana, de convencer a base aliada a fazer a pauta de interesse do Executivo andar a passos largos
Faltando apenas cinco semanas para o encerramento dos trabalhos legislativos, o socialista percebeu que precisa acelerar o ritmo das votações. Já na sessão desta terça (17), quer aprovar o projeto que permite a desafetação (mudança de destinação) de 32 áreas públicas. Assim, poderá vendê-las e garantir a entrada de R$ 800 milhões no tesouro local. Para isso, a reunião de líderes (quando eles decidem quais propostas entram na pauta do dia)  da Câmara foi até antecipada para segunda. 
A presidente da Câmara garantiu que ainda não há nada definido sobre como será a semana. O que vai entrar na pauta de votações será decidido durante a reunião de líderes. “Muitos projetos estão sem análise dos relatores. O governo pediu prioridade para a venda dos terrenos, mas ele ainda está sem o parecer das comissões”, explicou Celina Leão.
O líder do governo é otimista com relação aos pedidos de Rollemberg e acredita que oito projetos do Executivo sejam votados até o fim da semana. “Vejo uma semana com boas expectativas. Alguns líderes estavam em obstrução devido às greves dos servidores, mas agora que acabaram, não há problemas em votar os projetos”, prevê Júlio César.
A antecipação da reunião de líderes é para que os deputados acertem o que vai à votação. “É o tempo suficiente para acertarmos o que vai ser colocado. Mas só os que não impactam diretamente o bolso do contribuinte devem passar”, ponderou. Eis o problema, já que na lista de prioridade do GDF, a maioria mexe com o bolso do brasiliense.
Na RedeDepois do encontro com Celina e Júlio César, o governador marcou um almoço com os deputados da Rede Sustentabilidade — Chico Leite, Cláudio Abrantes e Luzia de Paula. Líder da bancada, Chico Leite disse que Rollemberg tinha avisado que queria conversar com os três há cerca de um mês e fez o convite na sexta (13), mas não avisou o assunto. “Não sei exatamente o cardápio, mas acho que devam estar inclusos a conjuntura política e as medidas do governo para aumentar a arrecadação”.
A Rede, criada oficialmente em setembro, assumiu posição de independência na Câmara Legislativa, apesar de compor a base do governo. Os distritais afirmam ter liberdade para recusar ou aprovar as propostas do Executivo. Ex-petista, assim como Chico Leite, Cláudio Abrantes garantiu que “a bancada não tem alinhamento automático ao governo. Abrantes também não sabe o assunto que Rollemberg quer tratar na reunião, mas acredita que o Buriti tenta uma reaproximação com os partidos.
Na semana passada, Rollemberg convocou uma reunião com os 24 distritais para pedir agilidade nas votações. O ritmo até agora não é o esperado pelo GDF. Apenas um dos 11 projetos considerados prioritários foi votado, permitindo a realização de 10 jogos das Olimpíadas no estádio Mané Garrincha em 2016. O custo do GDF com as partidas deve ficar em R$ 25 milhões.
Ministério Público
Mas, ao que parece, o governador terá de usar seu poder de convencimento com outros poderes também. A Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística (Prourb), do Ministério Público do DF e Territórios, questiona a venda de pelo menos sete dos 32 lotes que o governo quer vender, por entender que são espaços destinados à instalação de equipamentos públicos importantes para a população.. 
Além disso, a proposta da desafetação traz um artigo já batizado de submarino (quando vem misturado em outro assunto), que permite ao Buriti dar em garantia das parcerias público-privadas ações das empresas públicas. Medida que não agradou a sindicalistas que representam os servidores e nem aos distritais.

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