quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Presidente e diretor de operações da Samarco se afastam das funções Ricardo Vescovi e Kleber Terra pediram licença temporária. Os dois foram afastados para 'se dedicar às suas defesas'.

Diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, na saída de depoimento na Delegacia de Meio Ambiente, em BH (Foto: Pedro Ângelo/G1)Diretor-presidente da Samarco, Ricardo Vescovi, é afastado do cargo na Samarco (Foto: Pedro Ângelo/G1)



O Conselho de Administração da Mineradora Samarco aceitou nesta quarta-feira (20) os pedidos de afastamento do diretor-presidente, Ricardo Vescovi, e o do diretor de operações, Kleber Terra, de suas funções na companhia. Ambos fazem parte da lista de indiciados pela Polícia Federal por crime ambiental decorrente do rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais.
De acordo com nota divulgada pela empresa, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, “os executivos acreditam que o licenciamento temporário é importante para que possam se dedicar às suas defesas”.   
O atual diretor comercial da Samarco, Roberto Lúcio de Carvalho, vai assumir a presidência interinamente. Já a função de diretor de operações será exercida pelo diretor de projetos e ecoeficiência, Maury de Souza Junior.
No dia 13 de janeiro, a Polícia Federal indiciou a Samarco, a Vale (dona da mineradora), a empresa VogBR, os dois afastados nesta quarta, e outros cinco executivos e técnicos. De acordo com a Polícia Federal, a suspeita é que eles causaram poluição em níveis que “resultem ou possam resultar em danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destruição significativa da flora”, como previsto no artigo 54 da Lei de Crimes Ambientais.
Presidente interino
Roberto Lúcio de Carvalho, 57 anos, é formado em Metalurgia pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e possui mestrado em Tecnologia Mineral pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
De acordo com nota da mineradora, ele entrou na Samarco em setembro de 1985 como engenheiro de processos, e esteve à frente de funções estratégicas das operações na pelotização na unidade de Ubu, no Espírito Santo. Em agosto de 2000, liderou a implementação da área comercial, tornando-se diretor comercial em dezembro de 2001.
Desastre ambiental
barragem de Fundão se rompeu no dia 5 de novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e afetando Águas Claras, Ponte do Gama, Paracatu e Pedras, além das cidades de Barra Longa e Rio Doce.
Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades na Região Leste de Minas Gerais e no Espírito Santo. O desastre ambiental, considerado o maior e sem precedentes no Brasil, deixou 17 pessoas mortas e duas desaparecidas.

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