Brasilienses preparam boicote aos postos de combustíveis para sexta-feira Em evento organizado nas redes sociais, mais de 30 mil pessoas confirmaram "presença"

Rodolfo Costa , Ataide de Almeida Jr.

Moradores do Distrito Federal prometem boicotar postos de combustíveis nesta sexta-feira (22/1). Em evento organizado nas redes sociais, mais de 30 mil pessoas confirmaram "presença" no evento, e outras 18 mil demonstraram interesse em participar. O objetivo é causar prejuízos financeiros aos revendedores. Segundo Oswaldo Marinho, um dos organizadores do evento, não há previsão para o término do ato. "Amanhã, a ideia é fazer o boicote geral. De preferência que ninguém abasteça o carro, se possível", explica.

A partir de sábado, segundo Oswaldo, a ideia é boicotar determinadas bandeiras. "Pedimos para não abastecer nas redes Cascol e BR, com exceção daqueles postos que não estão no esquema do cartel. A ideia é boicotar até que o preço da gasolina alcance R$ 3,18, os 20% a menos que o cartel leva na operação", afirma Oswaldo.

O estopim para a mobilização do evento surgiu após o reajuste dos combustíveis. O litro da gasolina, que era comercializado a um preço médio de R$ 3,772 até 9 de janeiro, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), saltou para R$ 3,967. Em alguns postos, o valor máximo do litro chega a R$ 3,98.

A descrição do evento também ressalta que, mesmo com o desbaratamento do suposto esquema de cartel que envolve distribuidoras e empresas donas de postos, os preços não recuaram. A expectativa dos consumidores era de que os preços caíssem até 20%. Segundo a Polícia Federal, estima-se que a principal rede investigada lucra diariamente R$ 800 mil. 

Em caso de a manifestação ter sucesso e pelo menos todas as pessoas confirmadas no evento boicotarem o abastecimento de combustível, os postos podem ter prejuízos de até R$ 5,7 milhões. O valor é estimado com base em 30 mil tanques de 48 litros cheios de gasolina abastecidos ao valor médio de R$ 3,967.