Na noite desta sexta-feira (29), a empresa Sadia, que até então era um dos maiores patrocinadores da confederação, anunciou o rompimento do contrato que iria até 2022. Dias atrás, a Petrobras havia deixado de patrocinar a Copa do Brasil. É possível que nos próximos semanas outras empresas desistam de sua ligação com a CBF e, por consequência, com a seleção brasileira.
O contrato com a Sadia foi assinado em 2013, ano em que o Brasil venceu a Copa das Confederações. O acordo colocaria nos cofres da CBF um total de R$ 100 milhões. A empresa, que tem a BRF como controladora, entrou no lugar da Seara, praticamente enxotada pela direção da confederação após atrasar alguns repasses mensais. Em represália, as placas publicitárias da empresa foram retiradas do local em que a seleção treinava.
Na época, a CBF era presidida por José Maria Marin, atualmente cumprindo prisão domiciliar nos Estados Unidos por envolvimento em casos de recebimento de propinas por contratos de transmissão de TV e de marketing de competições como a Copa América e a Copa do Brasil - o torneio que acaba de perder o apoio da Petrobras.
A Sadia já estudava o rompimento do contrato no segundo semestre do ano passado, quando se fortaleceram os indícios de que Marco Polo Del Nero, presidente licenciado da CBF, também sera investigado pelo FBI. A decisão de desvincular sua imagem da CBF foi tomada antes de Del Nero se licenciar, primeiro para colocar interinamente Marcus Vicente na presidência e depois para nomear o coronel Antonio Nunes como provisório e oficializada nesta sexta-feira.
A empresa do ramo alimentício não deu maiores detalhes sobre sua decisão. Limitou-se a distribuir nota, por meio da BRF. Mas nos bastidores a delicada situação da cartolagem que comanda a CBF foi apontada como motivo do rompimento.
Isso também levou a Petrobras a se desvincular da Copa do Brasil. A empresa passa por grave crise financeira por causa dos desmandos que levaram à operação Lava-Jato e pela queda no preço do petróleo e está revendo seus investimentos. Mas no caso da CBF, a péssima imagem da entidade também contou para a decisão.
O contrato da estatal era com a Klefer Produções e Promoções, que detém os direitos de comercialização de placas da Copa do Brasil e também está sendo investigada pelo FBI. O acordo iria até 2018, por R$ 6 milhões/ano.
Em dezembro, a Proctor & Gamble, detentora da marca Gillette, também havia rompido o acordo com a CBF, que rendia cerca de R$ 5 milhões anuais à entidade. Com informações do Estadão Conteúdo.
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