segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

SP, 462 anos: Zona Sul tem barbeiro de 99 anos e maior estádio de gateball Parelheiros tem cemitério mais antigo; Ipiranga foi bombardeado. No aniversário de SP, G1 reuniu curiosidades das 32 subprefeituras.

25/01/2016 06h00 - Atualizado em 25/01/2016 07h54

SP, 462 anos: Zona Sul tem barbeiro de 99 anos e maior estádio de gateball

Parelheiros tem cemitério mais antigo; Ipiranga foi bombardeado.
No aniversário de SP, G1 reuniu curiosidades das 32 subprefeituras.

Cíntia Acayaba, Isabela Leite e Tatiana SantiagoDo G1 São Paulo

Presidente e vic-epresidente da União dos Clubes de Gateball do Brasil praticam esporte no estádio na Subprefeitura do Jabaquara (Foto: Cíntia Acayaba/G1)Vice-presidente da União dos Clubes de Gateball do Brasil praticam esporte no estádio na Subprefeitura do Jabaquara (Foto: Cíntia Acayaba/G1)
A Subprefeitura do Jabaquara, na Zona Sul de São Paulo, abriga o maior estádio exclusivo de Gateball do mundo, ou Gueitebol, como diz a faixa na entrada. No aniversário de 462 anos de São Paulo, o G1 reuniu curiosidades das 32 subprefeituras da cidade. 
“Se o futebol também foi aportuguesado do football, por que não escrever o nome do nosso esporte como a gente pronuncia?”, afirma Toshinori Takamura, presidente da recém-criada Federação de Gateball do Estado de São Paulo e vice-presidente União dos Clubes de Gateball do Brasil.
Faixa na frente do estádio (Foto: Cíntia Acayaba/G1)Faixa na frente do estádio (Foto: Cíntia Acayaba/G1)
Mas a dúvida sobre a grafia ainda é secundária já que a maioria dos brasileiros desconhece o esporte _ jogo de taco com bolas semelhantes às de bilhar e comparado ao croquet (esporte francês) e ao golfe.
O Gateball foi criado em 1947 no Japão, quando o país passava pelo pós-guerra.  “O Japão estava sofrendo muito, o pessoal passando fome. Para as crianças não ficarem sem nenhum divertimento, o Gateball foi criado.
“Logo se viu que era um esporte que não exigia muito esforço físico e os jogadores precisavam usar a cabeça, mais estratégia. Coisa de gente ‘velha’, brinca Takamura de 76 anos. Hoje o clube Saga, onde fica o estádio, na Rua Leonardo da Vinci, 1551, tem cerca de 160 associados com idades que variam dos 45 aos 94 anos.
Presidente e vice-presidente da União dos Clubes de Gateball do Brasil praticam esporte no estádio na Subprefeitura do Jabaquara (Foto: Cíntia Acayaba/G1)Presidente e vice-presidente da União dos Clubes de Gateball do Brasil praticam esporte no estádio na Subprefeitura do Jabaquara (Foto: Cíntia Acayaba/G1)
Todas as manhãs os senhores, a maioria descendentes de imigrantes japoneses, vão ao estádio que conta com 16 quadras com tamanho 15x20 onde ficam um pino central (goal pole) e três arcos, os “gates”. Eles se separam em dois grupos,  5 pessoas com bola vermelha e 5 com bola branca. O time que está com a bola vermelha começa e em 30 minutos cada jogador passar pelos Gates 1, 2 e 3 e por fim acertar no goal pole, o desfecho.
O estádio foi inaugurado em 1998 em um terreno onde antes só havia mato. A região hoje próxima à Estação Conceição da Linha 1-Azul do Metrô foi escolhida porque ficava perto de uma quadra improvisada de Gateball e concentra um grande número de japoneses. “A Liberdade nunca teve muito espaço, muito terreno”, diz Takamura.
Desde que se aposentou em uma empresa de autopeças, Takamura “vive” de Gateball. “Seria chavão dizer que o Gateball é tudo para mim. Mas ele é tudo para mim mesmo. Se não fosse ele, estaria em frente à televisão”, diz o presidente em meio a 30 amigos e praticantes do esporte no almoço dos aniversariantes do mês.
Seu Chiquinho, barbeiro de 99 anos na Vila Mariana (Foto: Cíntia Acayaba/G1)Seu Chiquinho, barbeiro de 99 anos na Vila Mariana (Foto: Cíntia Acayaba/G1)
VILA MARIANA
Por volta das 14h de uma quarta-feira, pouco depois do almoço, seu Chiquinho, 99 anos, está ameaçando dormir em uma das cadeiras da barbearia na Rua França Pinto, 617, subprefeitura da Vila Mariana. Ao ouvir a porta se abrir, ele se colocou de prontidão.
Trabalho demais, conversa de menos. É essa a fórmula que mantém seu Chiquinho barbeiro por 87 anos. “Ninguém está aqui para fazer hora, mas para fazer a barba”, disse.
Ele começou a trabalhar como barbeiro aos 12 anos e chegou a receber clientes vindos em carroças. Dois dos mais ilustres foram Prestes Maia e Jânio Quadros, ex-prefeitos de São Paulo, esse último morador da Vila Mariana.
Ao longo da sua vida, seu Chiquinho viu o bairro mudar. O Parque Ibirapuera era uma imensa área verde e a Cinemateca, o matadouro municipal.
Também viu muitos amigos e clientes morrerem. Mas também viu seus três filhos, netos e bisnetos gerarem frutos. “Meu tataraneto chama Francisco em minha homenagem”.
Seu Chiquinho, barbeiro de 99 anos na Vila Mariana (Foto: Cíntia Acayaba/G1)Seu Chiquinho, barbeiro de 99 anos na Vila Mariana (Foto: Cíntia Acayaba/G1)
SANTO AMARO
Santo Amaro foi um município até 1935, quando foi anexado a São Paulo.  A sede do munícipio conhecida pela comunidade santo amarense como Casa Amarela (foto) hoje abriga o Paço Cultural Júlio Guerra, no coração do Largo 13 e vizinho ao coreto.
Santo Amaro também é uma região colonizada por alemães e uma das rua chegou a ser batizada de Adolf Hitler. Em 1931, algumas ruas do bairro foram renomeadas para nomes nacionais ou menos polêmicos. 
Casa Amarela onde funcionava antiga sede da Prefeitura de Santo Amaro (Foto: Tatiana Santiago/G1)Casa Amarela onde funcionava antiga sede da Prefeitura de Santo Amaro (Foto: Tatiana Santiago/G1)
PARELHEIROS
Na Subprefeitura de Parelheiros, território de patrimônio ambiental, fica o primeiro cemitério de São Paulo, construído em 1827, cerca de 50 anos antes do Cemitério da Consolação, na região central. O Cemitério da Colônia, fundado por alemães, também é um dos mais antigos protestantes do país. Hoje, é ecumênico.
É nessa subprefeitura que ficam as duas aldeias indígenas  de São Paulo: Pyau (Krucutu) e Tenondé Porá (Morro da Saudade), de um subgrupo guarani, com cerca de 1000 pessoas. As aldeias mantêm viva sua língua e religião.
CAPELA DO SOCORRO
A Subprefeitura de Capela do Socorro é conhecida como balneário pelo lazer que oferece no entorno das represas Guarapiranga e Billings. Chácaras de recreio, clubes de campo, clubes náuticos e balneários ocupam a região.
Na década de 30, a construtora "AESA - Auto Estradas S.A.", criou o loteamento denominado "Interlagos - Balneário Satélite de São Paulo" e melhorou as vias da região.
CAMPO LIMPO
O Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi, pertencia à família Matarazzo, e se tornou sede do governo do estado depois de o governador Adhemar de Barros negociar a troca do prédio para quitar dívidas fiscais da família.
Também na região está a favela de Paraisópolis, segunda maior de São Paulo, é originária do loteamento da antiga Fazenda Morumbi, que tem sua sede até hoje. Há dez anos, Paraisópolis tinha 33 mil habitantes e agora tem cerca de 80 mil.
M’BOI MIRIM
M´Boi Mirim significa rio das cobras pequenas e teve a primeira extração de minério de ferro da América do Sul. A extração do minério durou cerca de 20 anos.
IPIRANGA
Todo mundo já sabe que foi no Ipiranga que ocorreu a Proclamação da Independência do Brasil, em 7 de setembro de 1822. Mas poucos sabem que pouco mais de 100 anos depois o bairro foi atingido por um bombardeio aéreo durante a Revolta Paulista de 1924, que deixou cerca de 5 mil feridos e 500 mortos, na maioria civis. 
A população do bairro operário foi atingida deixando grande quantidade de feridos e desabrigados. A Revolta de 1924 foi motivada pelo descontentamento dos militares com os políticos de São Paulo e Minas Gerais que se alternavam no poder e tinha o objetivo de derrubar o presidente Artur Bernades.
CIDADE ADEMAR
Cidade Ademar que teve seu boom na explosão industrial de 1960 com o povoamento de migrantes de outros estados é o berço de algumas organizações políticas. Durante a Ditadura Militar (1964-1985), o processo de redemocratização ganhou espaço nas Sociedades Amigos de Bairros.
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Subprefeituras de São Paulo (Foto: Arte G1)

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