A ex-dona de um depósito de material de construção no interior de São Paulo disse que a construtora Odebrecht, uma das investigadas na Operação Lava Jato, pagou os itens usados na reforma de um sítio no interior de São Paulo usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e por parentes dele.
As obras teriam começado em 2010, quando Lula ainda era presidente da República. O sítio fica no meio de uma mata, em Atibaia, interior de São Paulo. Tem mais de 170 mil metros quadrados, piscina e até um lago.
A TV Globo conseguiu no cartório de imóveis a certidão de matrícula que comprova que os donos da propriedade são Fernando Bittar e Jonas Suassuna, os dois sócios de Fábio Luís da Silva, filho do ex-presidente.
O Instituto Lula declarou que, desde que encerrou o segundo mandato, em 2011, o ex-presidente frequenta, em dias de descanso, um sítio de propriedade de amigos em Atibaia.
Segundo o instituto, embora isso diga respeito à esfera pessoal e privada, é fato tornado público pela imprensa já há bastante tempo.
De acordo com o instituto, a tentativa de associar Lula a supostos atos ilícitos tem o objetivo de macular a imagem do ex-presidente.
A construtora Odebrecht informou em nota que não identificou nenhuma relação com a obra.
Material de construção
A equipe da TV Globo conversou com Patrícia Nunes, mulher do dono da loja de construção que forneceu material para a obra no sítio. Ela disse que a obra foi acelerada.
A equipe da TV Globo conversou com Patrícia Nunes, mulher do dono da loja de construção que forneceu material para a obra no sítio. Ela disse que a obra foi acelerada.
"Eu me lembro do fim da obra, que eles aceleraram muito a a partir de 15 de dezembro. Como eu falei, a gente só entregou para eles. Eles tinham equipes trabalhando em turnos de 24 horas e acelerou muito, e aí eu me lembro que acabou no dia 15 de janeiro", afirmou.
De acordo com Patricia Nunes, os trabalhos no sítio foram coordenados pelo engenheiro da Odebrecht Frederico Barbosa, que cuidou da construção do estádio do Corinthians.Segundo o jornal "Folha de S.Paulo", que publicou reportagem sobre o assunto na edição desta sexta-feira, ela também disse que a obra custou R$ 500 mil e dotou o sítio de quatro suítes e área de lazer com churrasqueira.
"O Frederico chegou, a gente fez um cadastro em nome do CNPJ que ele deu, que até então, para a gente, era Odebrecht. E aí ele começou a pedir material", afirmou.
Em nota, o engenheiro disse que foi procurado por um amigo para realizar a reforma de uma residência no município de Atibaia e que apoiou a obra durante período de recesso. "Nunca dei orientações sobre emissões de notas fiscais pela loja mencionada nem realizei tais pagamentos", afirmou na nota.
Patricia Nunes disse que quem pagava as contas do material de construção era outra pessoa. "Era um senhor que eu não me lembro o nome. Mas ele era calvo, grisalho, gordinho. Eu não me lembro o nome dele, ele vinha só para fazer pagamento", declarou.
- "Quanto ele pagava para você por semana?
- "Mais ou menos R$ 70 a 90 mil
- "Mil reais?
- "É"
- "Por semana?"
- "Por semana"
- "Em dinheiro vivo?"
- "Em dinheiro vivo"
- "Mais ou menos R$ 70 a 90 mil
- "Mil reais?
- "É"
- "Por semana?"
- "Por semana"
- "Em dinheiro vivo?"
- "Em dinheiro vivo"
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