terça-feira, 3 de novembro de 2015

Honda é mil: marca terá motor 1.0 mais forte do país para Fit e City

  • UOL Carros testou novo motor 1.0 turbo no Civic Hatch, em Tochigi (Japão)
    UOL Carros testou novo motor 1.0 turbo no Civic Hatch, em Tochigi (Japão)
Honda e sua arquirrival Toyota nunca tiveram modelos compactos de entrada no Brasil, nem fizeram uso de motor "mil". Iniciar seu portfólio pelos chamados compactos premium (a primeira chama seu Fit de monovolume no país, enquanto o carro é hatch em outros mercados; a última dotou o Etios de acerto mecânico e segurança exemplares) e equipá-los sempre com motores de capacidade intermediária (1.3, 1.4 ou 1.5 litro) permitiu a ambas habitar um nicho diferente das demais marcas generalistas.
No país, ter carro japonês na garagem virou sinônimo de salto de vida, enquanto as marcas se especializaram na qualidade dos produtos. Mas é tempo de mudar.
Murilo Góes/UOL
Monovolume Fit será o primeiro modelo a receber propulsor, que conta com o que há de mais moderno no mercado: sobrealimentação por turbo, injeção direta e comando variável de abertura das válvulas
Assim, a Honda prepara o uso de um motor de 1 litro de capacidade desenvolvido globalmente. No Brasil, a estreia ocorrerá em algum momento a partir de 2017, com o Fit. Depois é a vez da adoção no sedã City. Ainda é incerto o uso do motor no SUV compacto HR-V, que usa a mesma plataforma dos dois primeiros, mas se vale do motor 1.8 FlexOne do Civic atual. Tudo dependerá de aceitação e variações na segmentação do modelo, segundo fontes ligadas à Honda brasileira. 
Calma antes de abrir a boca para falar "motorzinho". Inserido na familia Earth Dreams, a mais atual da marca, o novo 1.0 está sendo criado para atender a metas cada vez mais restritivas de consumo de combustível e emissão de poluentes, bem como para abalar o segmento. Com uso de sobrealimentação por turbo, injeção direta de combustível aliado ao já conhecido sistema i-VTEC (de controle e variação do tempo de abertura de válvulas), será o motor "mil" de três cilindros mais forte -- ou "torcudo" do mercado.
São 130 cavalos de potência abaixo dos 6.000 rpm (topo de 5.700 giros em testes) e 20,39 kgfm de torque. Além disso, promete muita economia, sem abrir mão da condução solta ao se pisar no acelerador.
"Com 20% de ganho na eficiência e 15% de aumento na performance, esse motor consegue atuar como sucessor tanto do 1.4 aspirado atual, em termos de consumo, quanto do 1.8 aspirado, em termos de performance", explicam os engenheiros japoneses responsáveis pelo desenvolvimento do novo motor. Exagero? Nosso teste indicou que não.
Mais: embora seja movido apenas a gasolina em etapa inicial, para favorecer a rápida difusão -- nova estratégia global da marca --, já está confirmada a conversão para o padrão flex (etanol e gasolina) em um segundo período. 
Com quase 90% do projeto definido, nem todos os dados foram divulgados, mas o nascimento do motor 1.0 turbo a gasolina deve ocorrer globalmente ainda este ano, em diferentes modelos na Ásia/Japão e Europa. Logo depois é a vez do Brasil, que antes verá a chegada de um motor Earth Dreams sob o capô do Civic 10 -- neste caso, um 1.5 apenas a gasolina, com 174 cv, mas UOL Carros falará mais sobre isso em breve.

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