Pesquisas apontam divisão de gregos sobre referendo (foto: AP)
03 JULHO, 08:14•ROMA•ZBF
(ANSA) - O governo da Grécia garantiu nesta sexta-feira (3) que assinará um acordo com seus credores horas depois da conclusão do referendo do próximo domingo (5), no qual os gregos decidirão se aceitam ou não as medidas de austeridade impostas pelo Banco Central Europeu (BCE), pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pela Comissão Europeia para a concessão de mais uma ajuda financeira.
"Um dia depois do referendo, estarei em Bruxelas e um acordo será assinado", disse o primeiro-ministro Alexis Tsipras. De acordo com ele, o texto será assinado imediatamente se os gregos aceitarem as condições atuais, mas, caso as mesmas sejam rejeitadas, Atenas terá "força" para exigir parâmetros melhores aos credores.
A dois dias da consulta, uma nova pesquisa de intenção de voto mostrou que o país está praticamente dividido entre o "sim" e o "não". Publicada pelo jornal grego "Ethnos", a enquete diz que 44,8% dos eleitores devem aceitar os termos do acordo, contra 43,4%, que pretendem votar "não". Os indecisos são 11,8%.
Tsipras fará um discurso nesta noite na praça Syntagma, em Atenas, onde está prevista uma manifestação pelo "não". Ele lançará um último apelo para que a população se oponha às medidas de austeridade propostas pelo eurogrupo.
Desde a semana passada, a Grécia tentava negociar um acordo com seus credores que permitiria o desbloqueio de 7 bilhões de euros, uma das parcelas do resgate financeiro aprovado em 2010. A verba seria usada para pagar, entre outras coisas, um saldo de 1,6 bilhão de euros ao FMI que venceu na última terça-feira (30).
A convocação do referendo interrompeu as negociações entre a Grécia e a troika, além de colocar em risco a permanência de Atenas na zona do euro.
"A Grécia é um caso único. Isso nunca aconteceu. Mas o princípio de solidariedade em troca de responsabilidade é justo e funcionou em outros países", disse a chanceler alemã, Angela Merkel.
Desde o início da semana, os bancos gregos estão fechados para evitar uma onda de saques. O governo limitou a 60 euros por dia o valor autorizado para retiradas. (ANSA)
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