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A Força Aérea Brasileira (FAB) afirma que pretende retirar da Antártica, entre novembro deste ano e janeiro de 2016, o avião Hércules C-130 que se acidentou no fim de 2014 durante o pouso na base Eduardo Frei, que pertence ao Chile. Segundo o órgão, o avião deve ser recuperado no local e retornar ao país voando.
Em reportagem publicada pelo G1 em fevereiro, a FAB havia divulgado que não sabia se a aeronave passaria por manutenção para o voo ou se seria desmontada e trazida em navio.
Em 27 de novembro, o cargueiro repleto de militares e civis pousou de barriga, o que provocou danos em uma de suas hélices e nos trens de pouso. O impacto não deixou feridos, mas causou vazamento de combustível sobre a neve. A conclusão da investigação sobre o acidente não foi divulgada pela Aeronáutica “por questões de segurança nacional”.
Desde então, o Hércules C-130 permaneceu no território antártico. Mas, segundo especialistas, o fato de o país manter a aeronave por lá estaria ferindo o Tratado Antártico, que rege as atividades na região e proíbe os Estados-membros de deixarem resíduos em qualquer parte do território, com biodiversidade considerada sensível a impactos ambientais
A Aeronáutica afirma que vazamentos de fluidos logo após o acidente foram contidos e resíduos líquidos derramados no solo por causa de danos nos motores e no trem de pouso foram recolhidos. Além disso, foi feita a raspagem da neve contaminada na hora do acidente.
A operação, chamada de “primeira fase”, tinha o objetivo de preparar o Hércules para reparos estruturais no trem de pouso direito, na asa direita e na área inferior da fuselagem principal, afetados no acidente. Para essa operação, foram desembolsados R$ 1,62 milhão.Recuperação iniciada
Segundo a FAB, entre março e abril deste ano, uma equipe de militares e civis esteve na base antártica para içar a aeronave sobre macacos-cavaletes.
Segundo a FAB, entre março e abril deste ano, uma equipe de militares e civis esteve na base antártica para içar a aeronave sobre macacos-cavaletes.
Entre os meses de novembro e janeiro, quando as condições climáticas na Antártica estão menos severas, é que serão executadas as tarefas de manutenção “necessárias para recuperar a aeronave e colocá-la em condições de voo”.
O avião, que tem pouco menos de 30 metros de comprimento, realizava o traslado de civis e militares entre Punta Arenas, no Chile, para a base antártica quando sofreu o acidente.
O trecho integra a logística da FAB e da Marinha para levar cientistas e militares à estação Comandante Ferraz, na Baía do Almirantado, dentro do Programa Antártico Brasileiro (Proantar).
O local, reconstruído de forma provisória após incêndio ocorrido em 2012 (que causou a morte de dois militares), abriga pesquisadores responsáveis por estudos sobre mudanças climáticas, meteorologia, vida marinha, arquitetura e etc. Da base chilena até Comandante Ferraz, o trajeto é feito de helicóptero ou por navio – modal utilizado com mais frequência.
Uma nova estação será construída no local. Em maio, a Marinha confirmou que a empresa chinesa Ceiec será a responsável por erguer o complexo, que deve ficar pronto em 2018. O custo estimado é de US$ 99,6 milhões.
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