O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o Governo do Irã vai emprestar 500 milhões de dólares ao país. O dinheiro faz parte de um acordo mais amplo entre as duas nações, e que também inclui compromissos nos setores automotivo, tecnológico e de saúde.
Os 500 milhões de dólares estão incluídos na primeira parcela deuma linha de crédito mais ampla com Teerã, de quantia não revelada. Sem entrar em detalhes, o mandatário venezuelano afirmou que os recursos serão utilizados para “oxigenar o abastecimento necessário ao povo venezuelano”. No entanto, o ministro da Indústria, Minas e Comércio do Irã, Mohammad Reza Nematzadeh, deu a entender, durante a assinatura do pacto, que se tratava de um acordo preliminar.
A queda nos preços do petróleo provocou um colapso no cotidiano dos venezuelanos, especialmente visível nas longas filas nos supermercados. A quantia pouco alivia a penosa situação econômica do país, que viu suas reservas internacionais caírem em 7,7 bilhões de dólares, em 2015. Este ano, não foram divulgados os números oficiais da inflação, mas os cálculos dos especialistas projetam que ela supera os três dígitos. Tudo isso é consequência de uma política econômica hostil com o setor privado da economia e da confiança cega em que a cotação dos preços do petróleo bastaria para sustentar todo o país.
Mais uma vez, Maduro aproveitou a comemoração do Dia do Jornalista na Venezuela para convidar os empresários do país para uma conversa. “Estou disposto a novamente abrir o diálogo para que eles venham falar e se comprometerem”, afirmou.A linha de crédito iraniana se somará aos 5 bilhões de dólares quea China dará à Venezuela nos próximos meses para projetos petroleiros e pela venda da refinaria de Chalmette, no Estado norte-americano da Louisiana, à empresa PBF Energy Inc., que deve se concretizar no fim de 2015 por cerca de 322 milhões de dólares. A China se tornou o principal financiador do regime chavista na última década. Os empréstimos feitos até agora, que foram em parte quitados com barris de petróleo, superam os 46 bilhões de dólares.
Foi uma resposta ao apelo feito pelo jornalista José Vicente Rangel, que foi vice-presidente, chanceler e ministro da Defesa durante os dois primeiros mandatos de Hugo Chávez (1999-2000 e 2000-2006). Nos últimos dias, tanto em seu programa de televisão quanto em artigos de jornal, Rangel se mostrou preocupado pela tumultuada vida venezuelana e pelo auge da insegurança.
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