Papa visitou Terra Santa em 2014. Foto: EPA
A Santa Sé espera que este acordo, que regula as actividades da Igreja Católica na Palestina, sirva de exemplo de cooperação numa região onde os cristãos são muito perseguidos.
26-06-2015 12:57 por Filipe d’Avillez
O acordo firmado diz respeito às actividades da Igreja Católica em território palestiniano e é, segundo a Santa Sé, fruto de vários anos de diálogo entre as partes.
No discurso feito por altura da assinatura, o secretário da Santa Sé para as relações com os Estados, o arcebispo Paul Richard Gallagher, refere que este acordo pode ser um exemplo para o resto da região.
"Na complexa realidade do Médio Oriente, onde em alguns países os cristãos têm sofrido perseguição, este acordo oferece um bom exemplo de diálogo e de colaboração, e espero sinceramente que isto sirva de modelo para outros países de maioria árabe ou islâmica", disse.
O arcebispo sublinha ainda a posição do Vaticano, que há anos defende para a Terra Santa uma solução que passa pela coexistência pacífica de dois estados independentes. Israel, contudo, continua a recusar o reconhecimento da Autoridade Palestiniana como Estado.
"É minha esperança que o presente acordo possa de alguma maneira estimular o surgimento de um fim definitivo para o conflito israelo-palestiniano que dura há tanto tempo e que continua a causar sofrimento para ambas as partes", afirma.
"Espero ainda que a tão desejada solução de dois Estados possa tornar-se uma realidade o mais rapidamente possível. O processo de paz apenas poderá avançar se for alvo de negociações directas entre as partes, com o apoio da comunidade internacional. Isto requer certamente decisões corajosas, mas será também um enorme contributo para a paz e a estabilidade da região", insiste.
Por seu turno, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Palestina, Riad Al-Maliki, realçou a importância histórica deste acordo: "Pela primeira vez, o acordo inclui o reconhecimento oficial da Palestina como Estado pela Santa Sé, em reconhecimento do direito do povo palestiniano à autodeterminação, liberdade e dignidade num estado independente próprio, livre das amarras da ocupação."
"Também apoia uma visão para a paz e a justiça na região, de acordo com o direito internacional e tendo por base dois estados, vivendo lado a lado em paz e segurança, com base nas fronteiras dos acordos de 1967", refere o ministro palestiniano.
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