quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Médicos e metroviários encerram greve. As 24 estações do metrô estarão abertas nesta sexta Embora tenha decidido pelo fim da paralisação, categoria da saúde reclama da postura do GDF, que ofereceu apenas pagar os reajustes a partir de outubro de 2016 e o retroativo em 2017. Já o transporte subterrâneo volta a circular normalmente

Divulgação/ SindMédicos
Depois de 36 dias parados, os médicos votaram pelo fim da greve, em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (12/11), e voltam ao trabalho a partir de sexta. No entanto, a categoria não aceitou a proposta do governo de pagar os reajustes somente em outubro de 2016 e os retroativos em 2017.
Com uma multa que ultrapassa a casa dos R$ 10 milhões, devido à ilegalidade da paralisação decretada pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), o SindMédicos entendeu que não há mais chances de avançar.
Também na noite desta quinta-feira, os metroviários decidiram descruzar os braços a partir de amanhã. Em assembleia na Praça do Relógio, em Taguatinga, eles aprovaram, por 89 votos a favor e 69 contra, a volta às atividades.
O presidente do Sindicato dos Médicos, Gutemberg Fialho, afirmou que o desgaste foi muito forte. “Tivemos um agravo negado. A greve foi considerada ilegal. Além disso, não dá nem para votar a proposta do governo, porque aquilo não é uma proposta”, disse.
A partir desta sexta -feira, 5 mil médicos voltam aos postos de trabalho, e a população poderá marcar consultas e ser atendida nos ambulatórios.
AssembleiaQuando a reunião já havia começado, chegou uma proposta do GDF à categoria. No documento, assinado pelo chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio, o Executivo se comprometia a pagar, em outubro de 2016, a última parcela do reajuste salarial concedido ainda na gestão de Agnelo Queiroz (PT). Além disso, propunha criar um grupo de trabalho para criar alternativas de receita que permitam a quitação do retroativo a partir de janeiro de 2017.
Mas o documento foi lido e desconsiderado, pois o Sindicato dos Médicos não achou o exposto suficiente. A categoria baseou a votação nas propostas apresentadas aos outros sindicatos, por acreditar que elas serão implementadas de forma isonômica.
O Buriti e o SindMédicos não têm conversado muito nos últimos tempos. Depois de vídeo divulgado do presidente da entidade Gutemberg Fialho afirmando que os servidores passariam “quatro anos travando a máquina pública, boicotando o governo”, a relação ficou difícil. Quando o secretário de Saúde, Fábio Gondim, determinou, em 6 de novembro, a abertura de uma sindicância para apurar as declarações e a conduta do presidente do Sindmédicos, as negociações azedaram de vez.
Nesta quinta, em coletiva de imprensa no Palácio do Buriti, Sérgio Sampaio afirmou não ter sido procurado pela categoria para negociar. Mais tarde, decidiu encaminhar um documento formal à entidade. “A Casa Civil tem trabalhado, sempre esteve de portas abertas para todas as entidades sindicais, e não vai medir esforços para retomar a normalidade dos serviços”, disse.
Os médicos, que ficaram em greve por 36 dias, pedem, além do reajuste, melhoria nas condições de trabalho. Eles querem mais recursos para a saúde, equipamentos e compra de remédios.

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