O inquérito da operação Sermão aos Peixes, executada pela Polícia Federal nestas segunda (16) e terça-feira (17), concluiu que mais de R$ 200 milhões em recursos federais do Fundo Nacional de Saúde (Funasa) foram parar em campanhas eleitorais no Maranhão.
Durante a operação, que apura desvios na Funasa, a PF cumpriu 13 mandados de prisão preventiva, 60 mandados de busca e apreensão e 27 mandados de condução coercitiva. A operação foi uma ação conjunta da Polícia Federal, do Ministério Público Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU).
A TV Globo teve acesso às conclusões da Polícia Federal reproduzidas na decisão que autorizou prisões e buscas na operação.
O documento aponta R$ 205,6 milhões repassados por pessoas e empresas a candidatos, comitês e partidos nas eleições de 2010, 2012 e 2014.
Segundo a investigação, o dinheiro ia para políticos aliados de Ricardo Murad, secretário de Saúde na gestão da ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney, de quem ele é cunhado.
A mulher de Murad, a prefeita de Coroatá (MA), Maria Teresa Trovão Murad, também teria sido beneficiada. Nesta terça, Ricardo Murad prestou depoimento à Polícia Federal em São Luís.
O advogado Marcos Lobo, que defende Ricardo Murad e a mulher, informou por telefone que não vai se pronunciar enquanto não tiver conhecimento da acusação oficial.
De acordo com o documento, o esquema beneficiou não só aliados mas também a mulher de Murad, a prefeita de Coroatá, Maria Teresa Trovão Murad, que, segundo a PF, recebeu R$ 186 mil.O suposto esquema
Segundo a investigação, Murad tinha participação ativa no esquema. “Os candidatos apoiados por Ricardo Murad foram benenficiados com recursos oriundos da adtividade de desvio de verbas pelas pessoas jurídicas e físicas aquinhoadas com a direção de estabelecimentos hospitalares em um total de R$ 205.684.665,76”, diz a autoridade policial.
Segundo a investigação, Murad tinha participação ativa no esquema. “Os candidatos apoiados por Ricardo Murad foram benenficiados com recursos oriundos da adtividade de desvio de verbas pelas pessoas jurídicas e físicas aquinhoadas com a direção de estabelecimentos hospitalares em um total de R$ 205.684.665,76”, diz a autoridade policial.
Na decisão que autorizou a ação desta terça-feira da PF, o juiz federal Roberto Carvalho Veloso diz que a autoridade policial "logrou mostrar que além da prefeita Maia Teresa Trovão Murad, esposa de Ricardo Murad, a Litucera [empresa suspeita de envolvimento no desvio] financiou a campanha de mais de 60 candidatos a vereador, sendo que foram eleitos 7 vereadores do total de 13, que corresponde a 53% do total de vereadores da Câmara Municipal”.
A TV Globo não conseguiu localizar os representantes da empresa Litucera.
O juiz federal relatou na decisão que a PF pediu a prisão preventiva do ex-secretário de Saúde, mas ele negou o pedido e autorizou que Murad fosse alvo de condução coercitiva, ou seja, convocado a depor e esclarecer sua suposta participação no esquema. O juiz bloqueou dinheiro e aplicações de Murad em contas bancárias.
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