quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Lula move queixa-crime contra Marco Antonio Villa

Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entraram nesta terça-feira, 15, com queixa-crime contra o historiador Marco Antonio Villa, por 'afirmações caluniosas proferidas na edição de 20 de julho do Jornal da Cultura 2ª edição, onde é parte do elenco fixo de comentaristas'. A ação, segundo nota divulgada pelo Instituto Lula, é referente 'a apenas um dos recorrentes comentários caluniosos que o professor da Unesp (Universidade do Estadual Paulista) repete contra o ex-presidente no jornal noturno da TV pública do governo do Estado de São Paulo'.
No comentário, segundo a ação, Villa disse que o ex-presidente "mente, mente", que é culpado de "tráfico de influência internacional, sim", além de "réu oculto do mensalão", "chefe do petrolão", "chefe da quadrilha" e teria organizado "todo o esquema de corrupção".
"O historiador deixou claro ainda que 'quem está dizendo sou eu, Marco Antonio Villa', embora não tenha apresentado sequer uma evidência das graves acusações que fez". diz o texto divulgado pelo Instituto Lula. "Todas essas afirmações do historiador não condizem com a verdade e por isso a Justiça foi acionada contra o historiador e comentarista político."
No texto protocolado na Justiça Estadual de São Paulo, a defesa de Lula aponta que as acusações de Villa incorrem em calúnia, injúria e difamação. "Essas afirmações foram emitidas sem qualquer elemento que pudesse respaldá-las", diz a queixa-crime. "Nesse contexto, verifica-se que o querelado (Villa) passou longe de qualquer comentário jornalístico ou do dever de informar, e promoveu descabidos e rasteiros juízos de valor sobre o querelante (Lula) e, ainda, fez afirmações mentirosas sobre sua trajetória política, conduta e identidade."
Resposta
Marco Antonio Villa disse que a ação não o fará recuar. "Lula quer me intimidar. Vai perder seu tempo. Não darei um passo atrás."
Villa disse que 'continuará combatendo o 'projeto criminoso de poder', sábia definição do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, em um dos votos do processo do mensalão."
Marco Antonio Villa reagiu enfaticamente à ofensiva de Lula. "Tenho por princípio defender os valores republicanos. Vou continuar nesta luta. Nada vai me calar. Vivemos uma quadra histórica decisiva para o Brasil. A hora não é dos fracos. Não tenho medo. Confio na Justiça do meu país."
O historiador disse que a ação de Lula 'é uma forma clara de ameaça e intimidação'.
Villa disse que já desafiou o ex-presidente para um debate. "Ao invés de procurar a Justiça, ele deveria procurar o caminho da democracia, o debate."

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