Com a queda de mais de 2% nesta sexta-feira (25), as ações da Petrobras já acumulam perda de mais de 30% em 2015. Em valor de mercado, a companhia rompeu nesta semana a barreira dos R$ 100 bilhões. O conjunto dos papéis da estatal valia R$ 98,34 bilhões na Bovespa no fechamento desta semana, menor valor desde setembro de 2004, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica.
As ações preferenciais (as mais negociadas, com prioridade na distribuição de dividendos) fecharam em queda de 2,01%, abaixo de R$ 7, e as ordinárias (com direito a voto) recuaram 2,65%. Já o Ibovespa terminou a sessão em queda de 1,02%.
Na quarta-feira (23), a Petrobras rompeu pela primeira vez, desde 2005, a barreira de R$ 100 bilhões em valor de mercado. Coincididentemente, a perda do patamar ocorreu no aniversário de anos da megacapitalização que em setembro de 2010 levantou R$ 120 bilhões para o caixa da empresa.No ano, os papéis preferenciais acumulam queda de 31,94% e os ordinários, perda de 15,75%, ao passo que o Ibovespa registra desvalorização de 10,25%.
Entre as empresas listadas na Bovespa, a Petrobras está atualmente atrás da Ambev, Itaú e Bradesco em valor de mercado.
Empresa chegou a valer R$ 510 bilhões
Segundo a Economatica, no acumulado desde 31 de dezembro de 2010, as ações da Petrobras caíram 70%. No final de 2010, a petroleira tinha valor de mercado de R$ 380 bilhões.
Segundo a Economatica, no acumulado desde 31 de dezembro de 2010, as ações da Petrobras caíram 70%. No final de 2010, a petroleira tinha valor de mercado de R$ 380 bilhões.
O maior pico já atingido pela petroleira foi alcançado em 22 de maio de 2008, quando o conjunto de ações da Petrobras na Bovespa somou R$ 510,4 bilhões. Ou seja, em 7 anos a empresa já perdeu mais de R$ 400 bilhões em valor de mercado.
A estatal está no centro das investigações da Operação Lava-Jato e enfrenta um alto grau de endividamento. A dívida líquida da Petrobras subiu 15% em seis meses, para R$ 323,9 bilhões no final de junho, ante R$ 282 bilhões no final de 2014.
No dia 10, a companhia perdeu o grau de investimento (selo de boa pagadora) na classificação da agência Standard & Poor's (S&P).
Além do alto endividamento em dólar, as ações da Petrobras também tem sido pressionadas pela queda dos preços do petróleo.
Nesta sexta-feira, agentes financeiros repercutiram relatório do Bank of America Merrill Lynch reduzindo projeções para os investimentos e o crescimento da produção dado o cenário macroeconômico mais fraco, bem como do HSBC cortando o preço-alvo das preferenciais de R$ 9 para R$ 8 e citando que o futuro da companhia ficou mais desafiador.
A Petrobras teve lucro líquido de R$ 531 milhões no segundo trimestre de 2015, resultado quase 90% menor que no mesmo período do ano passado, quando lucrou R$ 4,959 bilhões. Nos 3 primeiros meses do ano, a estatal obteve lucro de R$ 5,33 bilhões, após ter fechado 2014 com um prejuízo de R$ 21,587 bilhões.
Em abril, a petroleira anunciou perdas de R$ 6,2 bilhões por corrupção e reduziu em mais de R$ 44 bilhões o valor de seus ativos.
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