Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - Em troca de garantir um maior apoio do PMDB, a presidente Dilma Rousseff deve desistir da criação do Ministério da Infraestrutura, que reuniria Aviação Civil e Portos, e deixar as duas pastas nas mãos do partido, garantindo à legenda seis vagas no primeiro escalão do governo.
Depois de diversas reuniões ao longo da quarta-feira, o vice-presidente Michel Temer confirmou a jornalistas que “provavelmente” o PMDB ficaria com seis ministérios, um a mais do que o planejado inicialmente por Dilma e apenas um a menos do que o atual desenho do ministério.
O xadrez da composição política da reforma ministerial ainda não está fechado e, ao contrário do previsto inicialmente, a presidente deve embarcar para Nova York nesta quinta-feira sem anunciar o formato e os nomes do novo ministério, segundo Temer.
"Existe a possibilidade da reforma ficar sim para depois da volta da presidente", disse o vice-presidente.
Fontes do Palácio do Planalto informaram à Reuters que a decisão de anunciar a reforma ainda dependia de conversas que Dilma estaria tocando pessoalmente, mas os ministros do PMDB foram informados que dificilmente o anúncio será feito antes da viagem da presidente.
A reorganização do espaço do PMDB e também do PT ocupou a maior parte do dia da presidente na quarta-feira. A intenção do governo é reorganizar o ministério para trazer o PMDB novamente para dentro da coalizão política, de acordo com um ministro palaciano.
Alijado de algumas das decisões mais importantes, como a recriação da CPMF, o partido ensaiava abandonar o governo. Prestes a enfrentar mais uma rodada de votações duras no Congresso, com as novas medidas de ajuste fiscal, a presidente reconheceu a necessidade de tentar unir a maior parte do PMDB com o governo.
Logo pela manhã, Dilma recebeu o líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani (RJ), que foi entregar os nomes de indicados pela bancada para duas vagas: o Ministério da Saúde, que Dilma já havia oferecido ao partido, e a nova pasta de Infraestrutura, que reuniria Aviação Civil, hoje nas mãos de Eliseu Padilha, e Portos, com o também peemedebista Edinho Araújo.
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