O Papa Francisco disse a bispos na Filadélfia neste domingo (27) que se encontrou com vítimas de abuso sexual cometido por clérigos, acrescentando que "Deus chora" por elas.
As informações sobre os abusos e sobre como eles foram encobertos tornaram-se notícia em 2002. Grupos de vítimas disseram que a Igreja não fez o suficiente para combatê-los."Deus chora pelo abuso sexual de crianças", disse o pontífice de 78 anos. "A juventude é protegida e... todos os responsáveis serão responsabilizados", disse o pontífice, segundo a Reuters.
A estimativa é de que mais de 100 mil crianças norte-americanas tenham sido vítimas de abuso sexual por sacerdotes, segundo disseram especialistas de seguradoras em documento apresentado ao Vaticano em conferência de 2012.
Segundo a agência AFP, Francisco recebeu durante meia hora em um seminário três mulheres e dois homens, "vítimas de abusos sexuais cometidos por membros do clero, educadores e membros de suas famílias", informou em um comunicado do Vaticano.
"Irmãos bispos, bom dia. Carrego gravado em meu coração essas histórias, o sofrimento e a dor dos menores que foram abusados sexualmente por sacerdotes", afirmou o a Papa no início da reunião com os bispos, acrescentando que "aqueles que sofreram tornaram-se verdadeiros heróis da misericórdia"
Filadélfia, cidade da costa oeste americana a meio caminho entre Washington e Nova York, foi uma das regiões mais atingidas nos Estados Unidos por este escândalo na década de 1980. "O Papa escutou os testemunhos dos visitantes e lhes dirigiu algumas palavras, antes de falar com cada um individualmente", informou o Vaticano.
Francisco já havia tratado o caso em várias ocasiões durante esta viagem, mas sempre de forma discreta. Seu antecessor, Bento XVI, encontrou-se com vítimas da pedofilia em Boston em 2008. As associações de vítimas ainda não haviam se pronunciado.
Visita a prisão
Após o encontro com as vítimas e sua apresentação diante dos bispos, o papa fez uma atividade que costuma fazer parte de suas viagens oficiais: visitou a prisão de Curran-Fromhold, nos arredores da Filadélfia.
Após o encontro com as vítimas e sua apresentação diante dos bispos, o papa fez uma atividade que costuma fazer parte de suas viagens oficiais: visitou a prisão de Curran-Fromhold, nos arredores da Filadélfia.
"Estou aqui como pastor mas sobretudo como irmão para compartilhar de sua situação e fazê-la minha também", disse em discurso antes de cumprimentar com um aperto de mãos cada um dos detentos, sentados em filas numa grande sala.
Francisco chegou a trocar palavras com alguns deles e recebeu de presente uma cadeira fabricada pelos internos. Em sua mensagem em espanhol, disse que é "triste constatar que os sistemas prisionais não buscam curar as feridas, sanar as feridas, dar novas oportunidades".
O sumo sacerdote planeja dizer adeus aos Estados Unidos com uma missa na qual são esperadas 1,5 milhão de pessoas, que também servirá de encerramento para o VIII Encontro Mundial das Famílias Católicas.
Esta décima viagem do primeiro papa das Américas começou em Cuba, onde pediu que o país continue no caminho da reconciliação.
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