Uma nova investigação da ONG norte-americana PETA (veja aqui, em inglês) mostra como é por dentro uma fazenda de porcos que fornece carne com selo de bem-estar animal para a maior rede de produtos orgânicos do mundo. Publicada na quinta-feira (17), a investigação atingiu em cheio a Whole Foods Market.
Por mais de dois meses, um investigador da PETA trabalhou em uma fazenda chamadaSweet Stem Farm, que produz carne de porcos, bois e de filhotes de ovelhas (cordeiros). Os cordeiros são mortos com menos de um ano de vida para a obtenção de carne macia (claro, é de um bebê!). A investigação da PETA, no entanto, focou na criação suína da fazenda.
Em sua página no Facebook, a Sweet Stem Farm publica fotos de animais supostamente felizes em sua propriedade. As publicações dão nojo. Em uma delas, uma mulher aparece abraçando um cordeiro e a legenda diz que eles dão carinho aos animais.
Durante a estada do investigador da PETA na fazenda, foram feitas diversas imagens (vídeo abaixo) sobre o tratamento dado aos porcos no local. Primeiramente, é importante saber que os animais “criados soltos” ou “orgânicos” ou ainda “felizes”, como anunciado nas embalagens que trazem pedaços deles, não são realmente felizes.
A diferença básica entre uma criação convencional e a “orgânica” ou “feliz” é que os animais não são criados em gaiolas. Isso não significa que eles ficam ao sol, pastando felizes até que alguém corte a garganta deles. Na Sweet Stem Farm, como documentado pela PETA, os porcos são criados em galpões, fora de gaiolas. Apenas por esse fato, a fazenda já ganha pontos junto às certificadoras de bem-estar animal. É uma farsa para enganar o consumidor que se importa com os animais.
O investigador da PETA presenciou animais sendo agredidos, porcos mortos com diagnóstico de enfermidades causadas por bactérias de alto poder de contágio e maus-tratos de todos os tipos. O investigador presenciou também um pequeno caminhão-baú com 20 porcos que ficaram ali parados por mais de 24 horas até que finalmente fossem levados para o abatedouro. Durante esse tempo, ficaram sem qualquer cuidado, uns sobre os outros e sob um calor escaldante.
Questionada pelo Facebook sobre a investigação, a Whole Foods Market limitou-se a dizer que fizeram uma visita à Sweet Stem Farm algumas horas após a investigação da PETA ser publicada e que não encontraram qualquer irregularidade (veja aqui).
A Whole Foods Market tentou desmerecer o material divulgado pela ONG, alegando que trata-se de um vídeo editado e que a PETA não se preocupa com o bem-estar dos animais na pecuária. Ainda segundo a Whole Foods Marketing, o que a PETA quer é a abolição total do uso de produtos de origem animal e que todos os materiais produzidos têm esse intuito.
De fato, o que os veganos querem não é que os animais na pecuária sejam bem tratados e sim que a exploração deles na pecuária como um todo deixe de existir. Não há como vender pedaços de animais e, em sã consciência, afirmar que aquele animal, esquartejado, foi bem tratado.
Essa é a vida dos animais nas chamadas “fazendas felizes” para carnes, laticínios e ovos. Não é um caso isolado.
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