O ministro da Saúde, Arthur Chioro, recebeu nesta terça-feira (29) um telefonema da presidente Dilma Rousseff no qual foi informado de que ela necessitará da pasta na reforma ministerial.
O ministério passará a ser controlado pela bancada do PMDB na Câmara. Os cotados para a vaga são os deputados Marcelo Castro (PMDB-PI) e Manoel Dias (PMDB-PB), ambos médicos.
Arthur Chioro, que é do PT, ainda deverá ser chamado pela presidente para uma conversa particular. Segundo relataram dois ministros, Dilma pretende agradecer pela contribuição de Chioro e dizer que a decisão foi motivada por uma necessidade política e não pelo desempenho dele à frente da pasta. Por enquanto, Arthur Chioro permanece no cargo.
À noite, o Ministério da Saúde divulgou nota na qual informa que, além da conversa telefônica desta terça, o ministro Arthur Chioro discutiu a reforma ministerial com a presidente Dilma Rousseff na última quinta (24).
"O Ministério da Saúde informa que o ministro Arthur Chioro tem conversado com a presidenta Dilma Rousseff sobre as articulações envolvendo a pasta na reforma ministerial. Na última quinta-feira (24), o ministro esteve com a presidenta para tratar do assunto e, nesta terça-feira (29), novamente, conversaram sobre o mesmo tema por telefone. A reforma ministerial, que está sendo tratada pelo Palácio do Planalto, deve ser anunciada nesta quinta-feira (1º)", diz o texto da nota.
A Saúde é a pasta com maior orçamento na Esplanada dos Ministérios (R$ 91,5 milhões para 2015, após o corte orçamentário). Em seguida, estão os ministérios da Educação (R$ 39,38 milhões) e do Desenvolvimento Social (R$ 31,62 milhões).
O objetivo da reforma ministerial é assegurar apoio às matérias de interesse do governo nas votações no Congresso Nacional.Além da Saúde, a bancada da Câmara do PMDB deverá ficar com outro ministério, possivelmente o dos Portos. Embora pretenda reduzir para pelo menos 29 o total de pastas (atualmente 39), o espaço do PMDB deverá aumentar dos atuais seis para sete ministérios. Outras pastas contemplarão a bancada do partido no Senado e o grupo do vice-presidente Michel Temer, presidente nacional do PMDB.
A presidente Dilma Rousseff voltou a negociar a reforma ministerial nesta terça, depois de retornar de Nova York, onde participou da Assembleia Geral das Nações Unidas. A reforma ministerial deve ser anunciada até a próxima quinta-feira (1).
Inicialmente, Dilma pretendia dar seis ministérios ao PMDB, mas, para evitar uma crise com o aliado, concordou em ampliar o espaço da legenda para sete pastas.
Segundo o G1 apurou, nos últimos dias o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), aconselharam a petista a não se fixar na promessa de cortar dez ministérios na reforma administrativa.
Lula e Pezão recomendaram que seria mais prudente cortar nove ministérios, em vez de dez, e não correr o risco de comprar uma nova briga com PMDB.
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