Por Lisandra Paraguassu
BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Defesa, Jaques Wagner, vai assumir a Casa Civil, no lugar de Aloizio Mercadante, que deve voltar para o Ministério da Educação, em uma decisão tomada pela presidente Dilma Rousseff para tentar apaziguar a base do governo, informaram à Reuters fontes do governo.
O lugar de Wagner, segundo uma das fontes, será ocupado por Aldo Rebelo, hoje na Ciência e Tecnologia, o que abriria caminho para a presidente usar a pasta para atrair novamente o PSB para o governo.
Dilma teve reunião na manhã desta quarta-feira com os três governadores da legenda -- Ricardo Coutinho, da Paraíba, Rodrigo Rollemberg, do Distrito Federal, e Paulo Câmara, de Pernambuco – e durante o encontro tentou oferecer o ministério, mas não houve espaço. Ainda há resistência no PSB de voltar ao governo, com quem o partido rompeu em 2014 para lançar a candidatura de Eduardo Campos à Presidência da República.
A oferta de ministério foi feita a interlocutores do partido.
A presidente também já informou ao PMDB que Mercadante deixa o cargo, segundo uma das fonte, que pediu anonimato. A pressão do partido foi uma das razões para que Dilma desistisse de manter o ministro na pasta, como planejava. A presidente teria se convencido de que o preço a pagar por sua permanência seria politicamente alto, disse à Reuters um parlamentar próximo ao Planalto.
“Mercadante é um ótimo quadro, mas sua saída apazigua todos os ânimos, em toda a base”, afirmou. No período em que esteve na Casa Civil, o ministro criou arestas em várias esferas, inclusive com o vice-presidente Michel Temer.
Até mesmo o líder do PT na Câmara, Sibá Machado (AC), em reunião com líderes das bancadas governistas, defendeu a saída de Mercadante – e também de também a saída de Joaquim Levy do Ministério da Fazenda e de José Eduardo Cardozo da Justiça. Apesar da reação negativa dentro do governo, as declarações do deputado foram vistas como mais um sinal do desgaste do ministro.
Wagner disse a jornalistas após participar de reunião da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados que ainda não fora oficializado o convite por Dilma, de quem recebeu um telefonema durante sua participação na comissão, mas não pode atender imediatamente. Segundo uma fonte, no entanto, a presidente e o ministro conversaram na terça-feira sobre a mudança.
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