sábado, 18 de julho de 2015

Ministro alemão das Finanças admite demitir-se



Divergências com Angela Merkel estarão na origem da possível decisão. Schauble reconhece que ele e a chanceler têm “opiniões diferentes” em relação à Grécia.

O ministro das Finanças da Alemanha pode apresentar a sua demissão. É o próprio Wolfgang Schauble que o admite, em entrevista ao semanário “Der Spiegel”. 

Em causa estão as divergências com a chanceler Angela Merkel sobre o plano de apoio à Grécia. 

Na entrevista, o ministro diz que faz parte da democracia existirem por vezes opiniões distintas e que em política ninguém pode obrigar o outro a tomar decisões que vão contra a sua vontade. 

“Cada um tem seu papel. Angela Merkel é chanceler, eu sou ministro das Finanças. Os políticos têm a responsabilidade das suas próprias funções. Se alguém tentasse [forçar-me a tomar uma decisão que é da minha competência], eu poderia ir junto do Presidente alemão e pedir a minha demissão”, afirmou. 

Schauble garante que a chanceler pode confiar em si e desvaloriza as divergências: “não é preocupante que a chefe do governo alemão e eu, em alguns casos, tenhamos tido uma tese diferente”. 

“Tentamos sempre encontrar uma solução conjunta para os problemas. Cada um tem o seu papel”, afirma ao jornal. E garante que Merkel e ele têm uma constante: “sabemos que podemos contar um com o outro”. 

Segundo o correspondente em Portugal da Deutschlandradio, Tilo Wagner, o ministro alemão das Finanças, que defendeu um afastamento temporário da Grécia da Zona Euro, está com a sua popularidade em alta na Alemanha. 

“Uma sondagem recente aponta para uma grande aprovação da sua política, de mais de 70%”, revela o jornalista à Renascença. 

Segundo o jornal “El Economista”, a popularidade de Schauble é mesmo superior à da chanceler Angela Merkel. 

No que toca à Grécia, a origem da divergência entre ambos, o ministro alemão diz que agora “a grande questão” é ver se o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, conseguirá cumprir a agenda de reformas acordada a propósito do terceiro programa de resgate de 86 mil milhões de euros. 

“Mesmo que ele que não acredite nele [acordo], vamos ver...”.

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