sábado, 11 de julho de 2015

Líder do grupo Estado Islâmico é morto em ataque de drone americano

Hafez Said, chefe do grupo Estado Islâmico (EI) no Afeganistão e no Paquistão, foi morto por um um drone norte-americano, enquanto participava de uma reunião com outros líderes da organização na província afegã de Nangarhar. De acordo com os serviços locais de inteligência, "cerca de 30 dirigentes do Daech (sigla em árabe para o EI)" morreram no ataque.
Um porta-voz das tropas americanas no Afeganistão confirmou que um disparo de drone foi efetuado na sexta-feira (10), mas não forneceu a identidade das pessoas visadas. A morte de Hafez Said foi assinalada pela inteligência alemã e confirmada à AFP por dois comandantes da organização ultrarradical. Os restos mortais do líder jihadista teriam sido enterrados "em um local secreto", logo depois do ataque.
Said foi nomeado em janeiro para dirigir o grupo Estado Islâmico na "província do Khorasan", uma região que engloba o Afeganistão, o Paquistão e algumas parcelas de países vizinhos. No últimos meses, essa região tornou-se palco de violentas disputas entre talibãs e jihadistas do grupo Estado Islâmico - que tem, em suas fileiras, um número importante de ex-talibãs e antigos combatentes de outros grupos jihadistas.
Combatentes decepcionados
Desde o início do ano, o número de filiações deste tipo à organização aumentou muito, não só por conta da intensidade da ofensiva militar do EI, mas por motivações políticas internas. No caso dos talibãs, há uma decepção importante com as lideranças, que se agravou nesta semana com o lançamento de uma negociação de de paz com o governo de Kabul, no Paquistão. O grupo Estado Islâmico não tem qualquer interesse em negociar paz com autoridades locais e, por isso, tornou-se um atrativo para os combatentes decepcionados.
Aqueles que permanecem fiéis ao movimento exigem que o líder jihadista Abu Bakr al-Baghdadi desista de se implantar na região e ameaçam reagir fortemente à presença do grupo. Pedir para a organização, que já controla parcelas inteiras da Síria e do Iraque, desistir do expansionismo é pedir demais.
Os talibãs tem pouco interesse em se estender para além de seu território: sua guerra é contra as forças de segurança afegãs. Eles exigem também a retirada imediata da força residual da Otan, composta de cerca de 12,5 mil soldados estrangeiros.
© Fournis par RFI
Preocupação internacional
Os presidentes do Afeganistão, Ashraf Ghani, e da Rússia, Vladimir Putin, demonstraram publicamente sua preocupação com o progresso dos jihadistas na região. Mas o Pentágono considera que a organização está em uma "fase inicial de exploração" no território afegão.
Mesmo assim, os ataques americanos com drone têm se intensificado. No início da semana, outros dois bombardeios mataram 49 combatentes do grupo Estado Islâmico na região.

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