sábado, 4 de julho de 2015

Aliança do Pacífico aceita novos observadores e mira em PMEs


A presidente chilena, Michelle Bachelet, e o presidente peruano Ollanta Humala durante a cúpula da Aliança do Pacífico, em Paracas, Peru, no dia 3 de julho de 2015
A X Cúpula da Aliança do Pacífico terminou nesta sexta-feira no Peru com a incorporação de dez novos países observadores e um projeto para incluir as pequenas e médias empresas (PMEs) no fortalecimento de seu comércio e nos planos de luta contra a pobreza.
A projeção internacional desse bloco comercial, conformado por Peru, Colômbia, México e Chile, tem como eixo a afinidade em torno do livre-comércio e da democracia para somar forças e sinergias e despertou amplo interesse. Agora, conta com 42 países observadores.
"A Aliança do Pacífico (AP) é um grande motor que dinamiza nossas economias, é uma janela de oportunidade para os quatro países para melhorar a qualidade de vida que quer projetar para o mundo", disse o presidente peruano, Ollanta Humala, durante o fechamento do evento que começou na noite de quinta-feira na baía de Paracas (260 km ao sul de Lima).
Na Declaração de Paracas, assinada pelos presidentes Michelle Bachelet, do Chile; Humala, do Peru; e Enrique Peña Nieto, do México; além da chanceler da Colômbia, María Ángela Holguín, ficou acordada a criação de um fundo de capitalização para pequenas e médias empresas.
"O Fundo de Capital Empreendedor dos países da Aliança do Pacífico deve iniciar operações no ano 2017", afirma o texto.
"Não é um acordo de livre-comércio avançado, é um espírito de integração que não olha apenas para temas econômicos e comerciais como para outros temas, como educação e os níveis de pobreza", acrescentou Humala em uma tácita crítica aos presidentes da região, como o boliviano Evo Morales, que questionam o bloco.
O PIB conjunto dos quatro integrantes representa a oitava economia do mundo.
Neste encontro, a Aliança aceitou a incorporação de outros dez países como "estados observadores". Entre eles estão Indonésia, Tailândia, Grécia, Austrália e Polônia, afirmou a chanceler colombiana.
Ainda não se falou da possível inclusão, como membros plenos, dos aspirantes Panamá e Costa Rica.
"A Aliança do Pacífico é um dos instrumentos mais poderosos e dinâmicos da região e do mundo", enfatizou Bachelet.
A presidente chilena ressaltou a importância de projetar o bloco comercial para outras regiões, mencionando os países do Sudeste Asiático e do Mercosul.

O presidente peruano, Ollanta Humala, durante a cúpula da Aliança do Pacífico, em Paracas, Peru, no dia 3 de julho de 2015
Em Paracas, o bloco enfatizou a cooperação entre os setores da educação e das pequenas empresas como parte do impulso necessário para sair da pobreza e melhorar a qualidade de vida.
Um dos acordos alcançados foi a criação de um Fundo de Capitalização para Pequenas e Médias Empresas, que funcionará com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Corporação Andina de Fomento (CAF).
Em 2016, o BID implantará um fundo global de apoio a PMEs e parcerias público-privadas de US$ 2 bilhões, disse em Paracas o presidente do banco de fomento, Luis Alberto Moreno.
Parte do montante iria para a Aliança.
Os quatro países da Aliança reúnem 216 milhões de habitantes e têm um PIB de US$ 2,1 bilhões, que representa 37% do total da América Latina.

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