Marine Le Pen elogia luta do Egito contra fundamentalismo

AFP / KHALED DESOUKI

A líder da Frente Nacional, partido de extrema-direita francês, fala à imprensa durante coletiva no Cairo

A líder da extrema direita francesa Marine Le Pen elogiou neste domingo, no Cairo, a luta contra o fundamentalismo, lançada pelo presidente egípcio, Abdel Fatah al Sisi, que celebra uma repressão sangrenta contra os islamitas do seu país.

Desde a destituição do presidente islamita Mohamed Mursi pelo exército, em julho de 2013, pelo menos 1.400 de seus simpatizantes morreram nas mãos das forças de segurança e mais de 15.000 estão presos, dos quais centenas foram condenados à morte. A Irmandade Muçulmana, à qual Mursi pertence, foi classificada de "organização terrorista".

"O presidente Al Sisi é um dos líderes com a mensagem mais clara contra o fundamentalismo", disse Le Pen em coletiva de imprensa para fechar quatro dias de visita ao Cairo.

Sob o mandato de Al Sisi, que virou presidente nas eleições posteriores à deposição de Mursi, o Egito bombardeou na vizinha Líbia, em fevereiro, combatentes do grupo Estado Islâmico (EI), que por sua vez celebram ataques contra as forças egípcias na Península do Sinai.

"Nossa posição na Frente Nacional é clara: apoiar os países que lutam contra o fundamentalismo, na primeira linha dos quais estão o Egito e os Emirados Árabes Unidos", assegurou a líder da FN.

Le Pen considerou que a ideologia da Irmandade Muçulmana estava ligada com a dos jihadistas.

"É incontestável que a matriz da ideologia do projeto político do Estado Islâmico, a matriz, é constituída pela Irmandade Muçulmana", assegurou.

Durante sua visita, a líder da ultradireita francesa reuniu-se com o premiê Ibrahim Mahlab, com o papa copta Teodoro II e com Ahmed al Tayeb, grande imã da Al Azhar, uma das mais respeitadas instituições do Islã sunita, que aproveitou o encontro com Le Pen para mostrar sua preocupação diante do que considera uma "postura hostil" da Frente Nacional "contra o Islã e os muçulmanos".