Uma van branca avançou em alta velocidade pela avenida central Las Ramblas e atropelou dezenas de pessoas antes de parar o veículo. O presidente regional Carles Puigdemont declarou que existe a suspeita de que um terrorista continua solto
postado em 18/08/2017 06:01 / atualizado em 18/08/2017 07:58
A principal hipótese dos investigadores é a de que todos eles estão relacionados com o ataque da quinta-feira à tarde em Barcelona, quando uma van branca avançou em alta velocidade pela avenida central Las Ramblas, uma longa via repleta de turistas no momento, e atropelou dezenas de pessoas antes de parar o veículo. O motorista desceu da van e fugiu pelas ruas estreitas próximas e até o momento não foi localizado pela polícia.
O presidente regional Carles Puigdemont declarou à rádio Onda Cero que existe a suspeita de que um terrorista continua solto, mas as autoridades desconhecem sua "capacidade de provocar dano". "Nas próximas horas vão continuar acontecendo detenções", disse. O balanço é de 13 mortos e mais de 100 feridos, mas o número de vítimas fatais pode aumentar porque 15 pessoas se encontram em estado grave, advertiu o secretário do Interior da Catalunha, Joaquim Forn.
O presidente regional Carles Puigdemont declarou à rádio Onda Cero que existe a suspeita de que um terrorista continua solto, mas as autoridades desconhecem sua "capacidade de provocar dano". "Nas próximas horas vão continuar acontecendo detenções", disse. O balanço é de 13 mortos e mais de 100 feridos, mas o número de vítimas fatais pode aumentar porque 15 pessoas se encontram em estado grave, advertiu o secretário do Interior da Catalunha, Joaquim Forn.
O atentado foi reivindicado em um comunicado pelo grupo extremista Estado Islâmico (EI), que assumiu a autoria de ataques similares em Nice, Londres e Berlim. "Vi quatro, cinco corpos no chão e as pessoas tentando ajudá-los, e muito sangue", disse à AFP Lily Sution, uma turista holandesa.
Tom Gueller declarou à rádio BBC que viu o automóvel avançando pela avenida movimentada de Barcelona. "Não freava em absoluto, avançava direto contra a multidão no coração das Ramblas", disse. As autoridades ainda contabilizavam os mortos e feridos de Barcelona, que são de pelo menos 24 nacionalidades, quando veio o alerta de Cambrils pouco depois da meia-noite.
Um Audi A3 tentou atropelar a multidão na avenida da orla de Cambrils, um destino turístico familiar da província de Tarragona. O carro bateu em um veículo da polícia regional catalã, os Mossos d'Esquadra, o que provocou uma troca de tiros, informou o governo catalão.
Na operação, "cinco supostos terrorista" morreram e um policial e seis civis ficaram feridos, um deles em estado crítico. "Estávamos no calçadão. Escutamos disparos. Pensamos que poderiam ser fogos de artifício, mas era um tiro depois do outro", disse à AFP Markel Artabe, de 20 anos, funcionário de um restaurante.
Na operação, "cinco supostos terrorista" morreram e um policial e seis civis ficaram feridos, um deles em estado crítico. "Estávamos no calçadão. Escutamos disparos. Pensamos que poderiam ser fogos de artifício, mas era um tiro depois do outro", disse à AFP Markel Artabe, de 20 anos, funcionário de um restaurante.
Prisões
Na manhã desta sexta-feira, a polícia anunciou a detenção de uma pessoa em Ripoll (norte da região), onde algumas horas antes já havia sido detido o marroquino Driss Oukabir. Outro suspeito nascido em Melilla, um território espanhol ao norte do Marrocos, foi detido 200 quilômetros ao sul de Barcelona após uma detonação na quarta-feira à noite de uma casa onde os agentes suspeitam que eram preparados artefatos explosivos.
Indignação solidariedade
A Espanha, terceiro destino turístico mundial, estava à margem até o momento dos atentados executados pelo EI em outras grandes cidades europeias, como Paris, Bruxelas ou Londres. Mas em 11 de março de 2004, o país foi cenário dos piores atentados jihadistas cometidos na Europa, quando várias bombas explodiram em trens na região de Madri e deixaram 191 mortos. Os ataques foram reivindicados pela Al-Qaeda.
Esta experiência e a longa luta contra os atentados da organização separatista basca ETA levaram o país a reforçar o serviço de inteligência e a adotar uma política de detenções preventivas de suspeitos de jihadismo. Catalunha, Madri e os territórios espanhóis de Ceuta e Melilla no Marrocos são as áreas de maior concentração de islamitas radicais. Mais de um terço das pessoas condenadas por atividades relacionadas com o jihadismo moravam em Barcelona e 35,4% em Madri, de acordo com um relatório do centro de pesquisa Real Instituto Elcano.
As reações de indignação tomaram conta do país. "São assassinos, simplesmente criminosos que não vão nos aterrorizar. Toda a Espanha é Barcelona. Las Ramblas voltarão a ser de todos", declarou o rei Felipe VI.
O monarca participará ao meio-dia de um minuto de silêncio em solidariedade às vítimas na praça Catalunha de Barcelona, onde começa a avenida Las Ramblas, que segue até o mar. O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy viajou até a capital catalã, onde o governo regional sonha com a independência da Espanha. "Estamos unidos na dor, mas estamos sobretudo unidos na vontade de acabar com esta falta de razão e com esta barbárie", afirmou em um discurso exibido na televisão, durante o qual anunciou três dias de luto nacional a partir de sexta-feira.
A cidade de Barcelona se mobilizou imediatamente: os agentes de segurança do aeroporto encerraram uma longa greve, os taxistas ofereceram transporte gratuito aos turistas e muitas pessoas correram para os centros médicos para doar sangue.
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