- 27/08/2017
O ministro Luiz Fux avisou: uma delação
“monstruosa” estava prestes a vir à tona. O monstro deixou o fundo do
lago na sexta-feira. Tem quatro volumes, 15 apensos e alguns gigabytes
de vídeos com cenas de corrupção explícita.
As imagens foram gravadas na sede do governo de
Mato Grosso. Os personagens mudam, mas a ação é sempre a mesma:
políticos recebendo propina em dinheiro vivo.
Um deputado armazena as cédulas numa caixa de papelão. Outro usa uma mochila. O atual prefeito de Cuiabá, o peemedebista Emanuel Pinheiro, prefere encher os bolsos do paletó. É tanta grana que um maço de notas chega a cair no chão.
Um deputado armazena as cédulas numa caixa de papelão. Outro usa uma mochila. O atual prefeito de Cuiabá, o peemedebista Emanuel Pinheiro, prefere encher os bolsos do paletó. É tanta grana que um maço de notas chega a cair no chão.
O principal delator do esquema é o ex-governador
Silval Barbosa, também do PMDB. Ele contou que deputados, prefeitos e
conselheiros do Tribunal de Contas recebiam um mensalinho para não
atrapalhar a roubalheira no Estado.
A Procuradoria afirma que a organização
criminosa era chefiada por Blairo Maggi, ex-governador de Mato Grosso e
atual ministro da Agricultura. Ele já havia aparecido na delação da
Odebrecht, acusado de receber R$ 12 milhões. Seu apelido nas planilhas
da empreiteira não está entre os mais criativos: “Caldo”.
O mensalinho pantaneiro também foi delatado pelo
ex-deputado José Riva, conhecido pelo título de “maior ficha-suja do
Brasil”. Alvo de dezenas de processos, ele já foi preso três vezes. Em
abril, voltou às ruas graças a um habeas corpus concedido por Gilmar
Mendes, seu conterrâneo.
Quando a Polícia Federal começou a cercar a
quadrilha mato-grossense, em 2015, o supremo ministro ligou para Silval.
Interceptada dentro da lei, a conversa revela um juiz amável com o
investigado.
“Que absurdo!”, “Meu Deus do céu!”, exclama
Gilmar, ao ser informado sobre as buscas na casa do então governador. O
ministro promete falar com o colega que relatava o caso no tribunal e se
despede com afeto: “Um abraço aí de solidariedade”.
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