Para Schauble, a crise dos refugiados têm dois pesos e duas medidas.
O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schauble, voltou a atacar a Grécia, afirmando que os tribunais alemães já decidiram várias vezes que os refugiados não podem ser enviados de volta para a Grécia, porque não serão tratados de forma humana naquele país. Recorde-se que Schäuble se tem destacado pela forma desumana como conseguiu impor no eurogrupo cortes brutais e dramáticos ao povo grego e é sempre um adepto do austeritarismo e dos cortes em salários e pensões.
Em declarações ao Bild am Sonntag, o ministro alemão afirmou que "os gregos não podem culpar os outros pelos seus problemas, também devem olhar para o que podem melhorar".
Schäuble diz que a Grécia tem ignorado as regras que obrigam os migrantes a pedir asilo quando estes chegam ao primeiro país membro da UE, e acusou a Grécia de incapacidade para controlar as fronteiras.
Paralelamente, o ministro das Finanças alemão, um dos maiores defensores das políticas de austeridade, quer que a Alemanha aumente as despesas militares. "Devemos libertar mais meios para as iniciativas comuns de defesa europeias", referiu Schäuble
De acordo com o governante alemão, a afluência recorde de refugiados na Europa implica um compromisso reforçado por parte da Alemanha "em matéria de política externa e de segurança". Schäuble quer que a Alemanha "ajude" a União Europeia a "estabilizar" o Médio Oriente e, acrescentou ainda: "Isto vale igualmente para a África".
"Em última análise, o nosso objetivo deve ser um exército europeu comum", afirmou Schäuble. Um "exército europeu" para "estabilizar" o Médio Oriente e a África, ou seja para intervir militarmente nessas regiões, sob os interesses do governo conservador alemão, pretende Schäuble.
Em relação à distribuição dos requerentes de asilo na União Europeia, o ministro alemão apelou à "indulgência" dos países mais reticentes em acolher refugiados.
"Os países da Europa de Leste também devem acolher refugiados, mas menos do que a Alemanha", defendeu Schäuble, acrescentando que a Europa poderá sair "reforçada" da crise atual.
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