Paracatu de Baixo, distrito de Mariana, em Minas Gerais, um mês e 25 dias depois da tragédia... A imagem do que um dia foi um vilarejo tranquilo ainda choca. Para muitos moradores, vai ser a primeira passagem de ano longe de casa e sem saber, realmente, quando vão poder reconstruir suas vidas.
“A gente espera que seja bom o ano novo, com toda dificuldade, com toda tragédia, a gente espera que seja bom. Que seja melhor”, disse o aposentado José Gonçalves.
Ele morava em uma casa há quarenta anos. Hoje, está na casa do filho, que ficou de pé. “A gente ampliou o galpão, garagem, gramado, fizemos um tanque de peixe, tinha bastante peixe. Como diz, leva uma vida para fazer e em poucos minutos a lama acabou com tudo”, lamenta.
Enquanto espera uma resposta da mineradoraSamarco, cujas donas são a Vale e a BHP Billiton, sobre a reconstrução dos vilarejos, o produtor rural Livaldo Marcelino tenta tocar a vida.
“Até hoje não resolveu nada ainda. Decidiu nada. Eu espero é que eles consertem esse negócio aí, né, arrumem as casas de todo mundo, né”, diz.
Quase dois meses depois do rompimento da barragem, a mineradora Samarco ainda não apresentou um plano definitivo de moradia pras famílias afetadas, como pediu o Ministério Público.
A empresa fez um acordo e vai pagar R$ 20 mil a cada família que perdeu casas e R$ 100 mil aos que perderam parentes, além das indenizações que ainda estão sendo discutidas. A Samarco também alugou casas pra quem perdeu tudo. Só quatro famílias preferiram ficar em hotéis. Cada família também recebe um salário mínimo, mais vinte por cento desse valor por dependente.
Sobre a reconstrução dos distritos, a Samarco declarou que está negociando uma solução definitiva com moradores, prefeituras, Ministério Público e outros órgãos. O MP marcou uma audiência para o dia 20 de janeiro, com objetivo de discutir um plano de reassentamento.
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