A tomada do centro de Ramadi é considerada uma vitória importante na luta contra o Estado Islâmico. Foto de Joey Bucciono
O exército anunciou o começo da operação às primeiras horas da manhã de hoje. As ruas encontram-se armadilhadas com explosivos e carros bomba. Para além disso, o grupo fez vários atentados suicidas contra os militares. Os soldados da equipa antiterrorista combatem com aliados tribais sunitas e recebem apoio aéreo da coligação liderada pelos Estados Unidos, considerada crucial em ataques aéreos e detecção de armadilhas.
Com a captura deste edifício, o exército reclama a derrota dos jihadistas. Em declarações à Reuters, um porta-voz dos militares, Sabah al-Numani, afirmou que "controlar o complexo significa que foram derrotados em Ramadi”, tendo acrescentado que “ o próximo passo é limpar bolsas de resistência que ainda existam na cidade”.
A BBC ouviu fontes militares que disseram acreditar que os combatentes do Estado Islâmico recuaram para o Nordeste de Ramadi. Não se sabe ao certo quantos jihadistas continuam na cidade, mas alguns relatos referem que serão cerca de 400 homens. Combatiam em muito menor número, mas profundamente entrincheirados. Segundos fontes do exército, só este fim de semana foram desactivadas cerca de 260 armadilhas com explosivos.
Uma reconquista importante
A situação no terreno é ainda incerta, bem como o grau de resistência que os iraquianos podem enfrentar nos bairros a Nordeste. Em todo o caso, a conquista do centro de Ramadi está a ser recebida como uma vitória final. A AFP noticiou já a existência de festejos em várias zonas do país e há já felicitações de oficiais americanos.
Esta situação levou o enviado especial de Washington para a aliança contra os jihadistas, Brett McGurk a escrever na rede social Twitter : “a nossa coligação área orgulha-se de apoiar os corajosos soldados iraquianos na derrota do Estado Islâmico em Ramadi. O apoio prosseguirá até que todas as zonas tenham sido libertadas”.
Refira-se que mais de 250 famílias escaparam da cidade desde que começaram as grandes operações de terça-feira, mas é provável que existam ainda civis em zonas controladas por jihadistas. Alguns sobreviventes dizem terem sido usados como escudos humanos à medida os combatentes do Estado Islâmico recuavam.
As milícias xiitas, que no passado combateram o Estado Islâmico no Iraque, não participam nos combates para reconquistar Ramadi, porque o governo quis evitar os conflitos sectários na capital da província de Anbar, a maior do país e o bastião da sua população sunita. No final das operações, a defesa de Ramadi ficará a cabo da polícia iraquiana e tribos sunitas.
Além de ser considerada uma importante reconquista de natureza territorial, a recuperação de Ramadi é igualmente importante para a imagem do exército do Iraque uma vez que os jihadistas que a tomaram em maio com poucas centenas de homens provocaram uma fuga desordenada de milhares de tropas governamentais. Esta derrota das forças iraquianas foi duramente criticada por Washington.
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