Pepito, Peterle, Milr, Mirko. Os nomes escritos nas lápides de concreto são de gatos que viveram no século passado, entre o começo dos anos 1920 e o fim dos anos 1960. O inusitado “cemitério de gatos” faz parte da história de Blumenau, no Vale do Itajaí, mas também ajuda a contar a história de sua dona, que poucos conhecem: a blumenauense Edith Gaertner, uma ex-atriz que viveu a fama e a clausura na mesma intensidade.
Descendente do fundador da cidade, Dr. Hermann Blumenau, Edith nasceu em 1882. Filha do cônsul da Alemanha e a da fundadora do teatro da cidade, era a caçula de oito irmãos. Aos 20 anos, depois da morte dos pais, Edith saiu do Brasil sozinha. Chegou a trabalhar como governanta de uma família em uma fazenda no Uruguai, mas foi na Argentina que começou a realizar seu sonho: ser atriz.
Descendente do fundador da cidade, Dr. Hermann Blumenau, Edith nasceu em 1882. Filha do cônsul da Alemanha e a da fundadora do teatro da cidade, era a caçula de oito irmãos. Aos 20 anos, depois da morte dos pais, Edith saiu do Brasil sozinha. Chegou a trabalhar como governanta de uma família em uma fazenda no Uruguai, mas foi na Argentina que começou a realizar seu sonho: ser atriz.
“Foi lá que conheceu Elenora Duse, uma atriz alemã, que foi sua musa inspiradora”, conta a professora Sueli Petry, diretora do Patrimônio Histórico de Blumenau. Na Europa, Edith viveu uma época de ouro: viajou pelas principais cidades da Europa. Nos mais famosos palcos, de Viena a Leipzig, Edith encenou Goethe, Schiller, Molière, Shakespeare. A crítica, contam historiadores, a recebia muito bem: sua dicção e "mímica" eram sempre elogiados.
O pós-guerra, porém, trouxe dificuldades à Alemanha. Quando, em 1924, Edith recebeu a notícia de que seus dois irmãos solteiros estavam muito doentes, viu a deixa para abandonar a carreira e retornar ao Brasil.
Vida de clausura
De volta a Blumenau, voltou à viver na propriedade da família Gaertner, construída no centro histórico da cidade, e que hoje abriga o Museu da Família Colonial e o horto. Edith tinha pouco mais de 40 anos e, para surpresa de todos, mudou radicalmente seu estilo de vida, conta a professora Sueli.
“Solteira, Edith nunca teve filhos. Não trabalhou mais com teatro, vivia enclausurada. Para passar o tempo tinha gatos, e toda a parte afetiva era para eles. Tinha seis, sete gatos de uma vez só, e à medida que os gatos foram morrendo, ela os enterrava nos fundos da casa”, diz Sueli.
Vida de clausura
De volta a Blumenau, voltou à viver na propriedade da família Gaertner, construída no centro histórico da cidade, e que hoje abriga o Museu da Família Colonial e o horto. Edith tinha pouco mais de 40 anos e, para surpresa de todos, mudou radicalmente seu estilo de vida, conta a professora Sueli.
“Solteira, Edith nunca teve filhos. Não trabalhou mais com teatro, vivia enclausurada. Para passar o tempo tinha gatos, e toda a parte afetiva era para eles. Tinha seis, sete gatos de uma vez só, e à medida que os gatos foram morrendo, ela os enterrava nos fundos da casa”, diz Sueli.
Ritual de enterro
Foram mais de 50 gatos enterrados ali, garante a professora, mas apenas nove lápides permaneceram. “Ela fazia uma ritualística no enterro desses gatos”, diz Sueli. Ainda em vida, Edith doou o terreno para a prefeitura. Quando morreu, em 1967, o então diretor da Biblioteca Pública, José Ferreira da Silva, transformou o imóvel em museu.
“Em respeito a Edith, foi mantido o cemitério de gatos. Foi Ferreira da Silva quem colocou as lápides com os nomezinhos deles”, explica a professora, lembrando que as esculturas foram baseadas em imagens dos animais, mantidas até hoje pela prefeitura.
Há quem diga que este é o único cemitério de gatos do mundo. A professora Sueli não confirma, mas também não nega. “Eu desconheço outro. Mas é uma atração a mais para os visitantes do museu”.
O cemitério de gatos pode ser visitado no Museu da Família Colonial, que fica na Alameda Duque de Caxias, 64. A entrada custa R$ 3, e as visitações ocorrem de terça a domingo, das 10 às 16h.
Foram mais de 50 gatos enterrados ali, garante a professora, mas apenas nove lápides permaneceram. “Ela fazia uma ritualística no enterro desses gatos”, diz Sueli. Ainda em vida, Edith doou o terreno para a prefeitura. Quando morreu, em 1967, o então diretor da Biblioteca Pública, José Ferreira da Silva, transformou o imóvel em museu.
“Em respeito a Edith, foi mantido o cemitério de gatos. Foi Ferreira da Silva quem colocou as lápides com os nomezinhos deles”, explica a professora, lembrando que as esculturas foram baseadas em imagens dos animais, mantidas até hoje pela prefeitura.
Há quem diga que este é o único cemitério de gatos do mundo. A professora Sueli não confirma, mas também não nega. “Eu desconheço outro. Mas é uma atração a mais para os visitantes do museu”.
O cemitério de gatos pode ser visitado no Museu da Família Colonial, que fica na Alameda Duque de Caxias, 64. A entrada custa R$ 3, e as visitações ocorrem de terça a domingo, das 10 às 16h.
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