sábado, 13 de janeiro de 2018

Segovia diz a Cármen Lúcia que meta é concluir inquéritos da Lava Jato neste ano







Janeiro de 2018

Fátima Meira/Futura Press
REYNALDO TUROLLO JR.
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, apresentou à ministra Cármen Lúcia, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), nesta quarta (10), sua meta de concluir neste ano todos os inquéritos sobre políticos com foro privilegiado, incluindo todos os da Lava Jato, e o que investiga o decreto dos portos, que tem como alvo o presidente Michel Temer.
"A Polícia federal já aumentou, praticamente dobrou o número de delegados e investigadores [que atuam nos inquéritos sobre políticos com foro no STF] e nos comprometemos com a ministra Cármen Lúcia de, até o final do primeiro semestre, no máximo em oito meses, a gente concluir a maioria das investigações hoje que andam dentro do Supremo", disse Segovia.
"Nossa meta é concluir todos os inquéritos que já estão no STF até o final deste ano", afirmou. "A ambição é humana. Acho que a força de trabalho e a determinação hoje como prioritária para a PF, para o STF [é concluir as apurações]. É uma meta que a ministra Cármen Lúcia também quer. A doutora Raquel Dodge [procuradora-geral] também está imbuída desse propósito e acho que o país merece uma resposta quanto a essas investigações."
O número de delegados que trabalham no Ginq (Grupo de Inquéritos do STF) subiu de 9 para 17. Também aumentaram os investigadores e os peritos. Segundo Segovia, há cerca de 200 inquéritos envolvendo políticos com foro no STF, dos quais a metade derivou da Lava Jato.
Questionado sobre eventual influência da aceleração das investigações nas eleições deste ano, Segovia disse que não teme o impacto.
"A PF não teme a investigação porque esse, na realidade, é nosso atributo maior, que é fazer investigação e entregar para a sociedade, para o Poder Judiciário, todos os fatos relacionados a essas investigações. E qualquer conclusão tem que vir no final para a Justiça e para o público. A gente quer justamente a conclusão dessas investigações, para o bem ou para o mal", disse Segovia.
O diretor-geral da PF reuniu-se por cerca de uma hora e meia com Cármen Lúcia no final da manhã desta quarta. Além de apresentar suas metas, Segovia informou à ministra sobre o andamento das investigações do acidente aéreo que matou o ministro do STF Teori Zavascki em janeiro do ano passado próximo a Paraty (RJ).
Como a Folha de S.Paulo noticiou no sábado (6), a PF não encontrou indícios de sabotagem na aeronave. O inquérito sobre o acidente que vitimou Teori e outras quatro pessoas ainda não foi concluído, mas, segundo a polícia, está próximo do fim.

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