- 29/01/2018
A Justiça Federal em Brasília marcou o interrogatório do ex-ministro Geddel Vieira Lima para a terça-feira (6) da próxima semana. Ele sairá do presídio da Papuda, a 30 km do centro da capital, escoltado por policiais, para ser ouvido no processo em que é acusado de obstrução de Justiça.
Esse é o processo que levou Geddel a ser preso pela primeira vez, no ano passado. Ele é investigado pela tentativa de atrapalhar a delação premiada do operador Lucio Funaro, quando ele ainda estava em tratativas com a Procuradoria Geral da República (PGR).
MULHER DE FUNARO – Segundo as investigações, Geddel fez contatos telefônicos constantes com a esposa de Funaro, Raquel Albejante Pita. Procuradores dizem que o objetivo de Geddel era sondar como estava o ânimo do doleiro e garantir que ele não fornecesse informações às autoridades
Após o interrogatório de Geddel, o processo entrará na reta final. Faltarão só as alegações finais do Ministério Público e da defesa e, a partir daí, o caso já estará pronto para sentença. A expectativa é que a decisão da Justiça saia ainda em fevereiro.
No mesmo dia da audiência com Geddel, também será ouvido, no mesmo processo, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha. Ele é testemunha de defesa de Geddel.
PADILHA SERÁ OUVIDO – O depoimento de Padilha foi marcado pela Justiça, apesar de ele ser ministro e ter prerrogativa de escolher hora e local. É que o juiz Vallisney de Oliveira, responsável pelo caso, informou que Padilha não respondeu à soliciação judicial dentro do prazo. Com isso, o juiz aplicou um entendimento, firmado pelo Supremo Tribunal Federal, de que, nesses casos, a Justiça pode marcar o depoimento para a data e horário que avaliar como mais adequados.
Em nota, a defesa de Padilha disse que não comenta o caso “fora dos autos, em respeito institucional ao Poder Judiciário”..
HISTÓRICO – Geddel foi preso nesse processo em julho do ano passado. Cerca de dez dias depois ele foi solto, por decisão do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal, em Brasília. Geddel foi preso pela segunda vez em setembro, no episódio dos R$ 51 milhões encontrados em apartamento em Salvador, que ficou conhecido como “bunker de Geddel”.
Em dezembro, a PGR denunciou Geddel, o deputado federal Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), irmão dele, e outras quatro pessoas ao Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro e associação criminosa.
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