- 25/01/2018
Dois advogados pediram ao Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4), nesta quinta-feira, 25, que intime o ex-presidente Lula a entregar o passaporte em 24 horas. O petista foi condenado no processo do triplex do Guarujá pelos desembargadores da 8.ª Turma do Tribunal da Lava Jato, na quarta-feira, 24, e teve sua pena aumentada para 12 anos e 1 mês de prisão em regime fechado – ele ainda pode recorrer em liberdade.
São duas petições distintas. Uma subscrita pelo advogado Carlos Alexandre Klomfahs e outra pelo advogado Rafael Costa Monteiro, mas com o mesmo objetivo, barrar a partida de Lula rumo à África. Ambos apontam para o ‘risco’ de o ex-presidente requerer asilo político na Etiópia para onde embarca nesta sexta-feira, 26.
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- ‘CONDENADO LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA’- PEDIDO 1 PDF
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“Requer o recebimento desta petição de representação, com os fundamentos já arrolados, para no mérito determinar que o condenado Luiz Inácio Lula da Silva seja proibido de ausentar-se do País, sendo comunicada pelo presidente desta Egrégia Turma às autoridades encarregadas de fiscalizar as saídas do território nacional, intimando-se o condenado para entregar o passaporte, no prazo de 24 horas”, requereu Carlos Alexandre.- A solicitação do advogado preenche oito páginas.Carlos Alexandre Klomfahs informou ao Tribunal da Lava Jato que faz o pedido ‘em nome da sociedade brasileira’. O advogado não tem nenhuma relação com o processo do triplex.
- Lula informou ao TRF-4 na semana passada que viaja para a Etiópia para participar de um evento da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). A defesa do ex-presidente declarou que o petista retorna dia 29 de janeiro.O advogado diz ver ‘risco de que o condenado requeira asilo político no país de destino’. Segundo Klomfahs, ‘a FAO não informou em sua agenda que o ex-presidente vai participar do encontro’.“Esses são os fatos gravíssimos que nos levam a representar a esta Egrégia Turma, a provocação processual para que, de ofício, decrete a entrega do passaporte ao juízo de 1.º grau, como medida preventiva, em face das circunstâncias e peculiaridades do caso e das condições pessoais do condenado em segunda instância de ter sido presidente da República e de ter grande probabilidade de articulação com personagens e políticos esquerdistas de outros países, para a concessão de asilo político, escapando assim e frustrando toda a aplicação da Lei Penal e Processual Penal aos crimes confirmado em segunda instância”, requereu o advogado.No documento, o autor da petição pede, alternativamente à entrega do passaporte, ‘que seja determinado o acompanhamento de uma equipe de policiais federais do condenado ao país de destino’.O advogado Rafael Costa Monteiro também afirma, em sua petição, que atua ’em nome da sociedade brasileira’.“Há indícios razoáveis e concretos de que o condenado em viagem a Adis Abeba, capital da Etiópia, no dia 26, onde participará, no dia seguinte, de evento sobre combate à fome no continente, aproveite
a oportunidade para requerer ao país asilo político, possibilidade que exige a proporcionalidade da medida”, requereu.A reportagem tentou contato com a defesa de Lula. O espaço está aberto para manifestação.
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