Folhapress Folhapress 22 de janeiro de 2018
ANA LUIZA ALBUQUERQUE, ENVIADA ESPECIAL
PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) - As autoridades do Rio Grande do Sul prometem a presença de atiradores de elite e 150 câmeras de segurança para garantir a ordem durante o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na próxima quarta-feira (22), em Porto Alegre.
Os atiradores de elite, entretanto, não estarão armados -segundo a Secretaria da Segurança, farão o papel de observadores, ocupando pontos estratégicos. Também haverá patrulhamento naval nas águas do lago Guaíba.
O entorno do Tribunal Regional Federal da 4ª Região será isolado a partir do meio-dia de terça-feira (23), horário a partir do qual os sete prédios públicos ao redor da corte terão o expediente suspenso. Às 17h, só entrará no perímetro quem estiver credenciado. As câmeras de segurança irão cobrir toda a região.
A área isolada inclui o Parque Harmonia, onde, inicialmente, os movimentos de esquerda planejavam montar acampamento. Haverá bloqueio no espaço aéreo da região. Apenas aeronaves das forças de Segurança Pública e Defesa poderão sobrevoar o local.
Em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (22), o secretário Cezar Schirmer orientou a população a evitar o entorno do tribunal para não sobrecarregar o trânsito, que já está afetado no centro da cidade.
As autoridades não quiseram informar o número do efetivo policial empregado na segurança, o tempo de isolamento do perímetro e o custo da operação. "A democracia tem custo, não se pode fazer economia com a preservação da democracia", disse Schirmer.
A 3ª DPPA (Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento) da Polícia Civil, no bairro Navegantes, concentrará os maiores de idade envolvidos em ocorrência. Os adolescentes serão encaminhados para o DEIC (Departamento Estadual de Investigações Criminais), no Jardim do Salso. A partir de terça (23), a 17ª e a 1ª DP, no Centro, terão a estrutura reforçada.
O JULGAMENTO
Lula foi condenado pelo juiz Sergio Moro em julho de 2017 a nove anos e meio de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Na quarta-feira (24) terá sua apelação julgada pelo TRF-4. Em caso de condenação em segunda instância, o ex-presidente fica inelegível pela Lei da Ficha Limpa, mas pode se manter na disputa também por meio de recursos.
Na ação, o petista é acusado de receber R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira OAS em decorrência de contratos da empresa com a Petrobras. O valor, apontou a acusação, se referia à cessão pela OAS do apartamento tríplex ao ex-presidente, a reformas feitas pela construtora nesse imóvel e ao transporte e armazenamento de seu acervo presidencial.
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