quarta-feira, 24 de agosto de 2016

PF faz operação contra desvio de verbas federais por meio da Saneago

24/08/2016 07h37 - Atualizado em 24/08/2016 08h13  

São cumpridos 120 mandados em Goiás, além de São Paulo e Florianópolis.
Polícia diz que foram desviados R$ 4,5 milhões para quitar dívidas políticas


Sede da Polícia Federal em Goiânia, Goiás (Foto: Vitor Santana/G1)PF faz ação contra desvio de verbas públicas por meio da Saneago (Foto: Vitor Santana/G1)

A Polícia Federal realiza na manhã desta quarta-feira (24) uma operação para desarticular uma quadrilha responsável pelo desvio de R$ 4,5 milhões em recursos federais por meio da Companhia de Saneamento de Goiás (Saneago). Segundo as investigações, as verbas eram destinadas ao pagamento de dívidas políticas.

A Operação Decantação cumpre 120 mandados judiciais em Goiânia, Aparecida de Goiânia, Formosa e Itumbiara, em Goiás, além de São Paulo e Florianópolis (SC). Entre os detidos está o presidente estadual do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), Afrêni Gonçalves, e o presidente da Saneago, José Taveira Rocha.
Cerca de 300 policiais participam dos trabalhos, que que conta com apoio do Ministério Público Federal e do da Transparência, Fiscalização e Controle, evitou um prejuízo de quase R$ 7 milhões.
No total são cumpridos 11 mandados de prisão preventiva, quatro de prisão temporária, 21 de condução coercitiva e 67 de busca e apreensão na sede de empresas envolvidas e do PSDB em Goiânia, além de residências e outros endereços relacionados aos investigados.
Imagem mostra esquema investigado pela PF na Saneago, em Goiás (Foto: Divulgação/PF)Imagem mostra esquema investigado pela PF na Saneago, em Goiás (Foto: Divulgação/PF)
Esquema
Segundo a PF, a investigação apurou que dirigentes e colaboradores da Saneago promoveram licitações fraudulentas, por meio da contratação de uma empresa de consultoria envolvida no esquema criminoso.
Desta forma, recursos públicos federais do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de financiamentos do Bando Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e da Caixa Econômica Federal, foram desviados para pagamento de propinas e dívidas de campanhas políticas.
Ainda segundo a investigação, a consultoria contratada pela Saneago também é suspeita de favorecer empresas que participavam do conluio e que eram responsáveis, posteriormente, por doações eleitorais.

Os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de peculato, corrupção passiva, corrupção ativa, organização criminosa e fraudes em processos licitatórios. Também foi determinado o afastamento da função pública de oito servidores e a proibição de comunicação entre nove envolvidos
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