Na terça-feira (23), a mãe foi até o Ministério Público Federal (MPF) pedir apoio
JUSTIÇA CÁRCERE PRIVADOHÁ 19 MINS
POR NOTÍCIAS AO MINUTO
Uma jovem amapaense de 20 anos, que estaria fugida do ex-companheiro francês após acusá-lo de agressões e cárcere privado na França, dorme há quatro dias no metrô de Paris. Em Macapá, a mãe da jovem, Elizane Barros, de 37 anos, recorre a órgãos públicos e polícia para tentar ajudar a filha.
Na terça-feira (23), a mãe foi até o Ministério Público Federal (MPF) pedir apoio. Ela contou o drama vivido pela jovem e mostrou conversas que tem com a filha pelo celular, em que a moça conta sobre as agressões. A dona de casa acusa o homem de aliciar mulheres no Amapá para levar até Paris, engravidá-las e garantir um benefício social pago pelo governo do país, segundo informações do G1.
Desesperada, a mãe chora e teme que a segurança dela esteja em risco. “Mesmo sabendo que ela não podia engravidar, ele pagou um tratamento para ela ter o bebê e receber um auxílio do governo. Ela vivia trancada em casa, só saía do quarto para comer e ainda era agredida. Muito triste para uma mãe ouvir isso”, desabafou.
A jovem conheceu o francês pela internet e deixou a casa dos pais em Santana, a 17 quilômetros de Macapá, em dezembro de 2015. Segundo Eliziane, o homem veio até a casa da família, pediu a permissão para o relacionamento e custeou toda a viagem.
“Eles se conheceram pela internet. Ele veio aqui em julho do ano passado conhecer a família, e passou dois meses aqui [Santana]. E nesses dois meses tirou passaporte, comprou telefone para ela e começou a iludir. Aconselhei ela a não ir, mas sabe como é jovem, ela já tinha mais de 18 anos e não podia mais obrigá-la a ficar em casa”, relembra a mãe.
Logo que chegou a Paris, o drama começou. A mãe informa, porém, que só descobriu as supostas agressões quatro meses depois, em abril de 2016. A jovem teria aproveitado a ida do companheiro ao trabalho para fugir. "Ela chegou a encontrar abrigo na casa de uma idosa na cidade de Rennes, mas ao perceberem que ela estava grávida, ela foi expulsa do local", contou.
Passando fome e grávida de quatro meses, a jovem não realizou exames de pré-natal e corre o risco de perder o bebê, segundo a mãe, que conta que a filha sofre de útero hipoplástico, quando o órgão não se desenvolve totalmente.
A mãe conta, ainda, que a jovem procurou a embaixada brasileira na França e denunciou o caso também para a polícia, mas foi orientada pelas duas instituições a retornar para a casa do suposto agressor.
O Palácio do Itamaraty, por sua vez, informou desconhecer qualquer tratamento indevido, e que o caso da jovem é de “emergência”, e o auxílio a ela será prestado de forma imediata assim que a amapaense for até a embaixada em Paris.
A família alega que não tem condições de pagar uma passagem para que ela volte ao Brasil.
Pessoas próximas à jovem contaram à Elizane que o francês já estaria assediando outra jovem no Amapá para morar em Paris e engravidar, a fim de que ele continue recebendo auxílio financeiro do governo francês.
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