quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Tropeço, piadas e tietagem: políticos mostram descontração em dia histórico

Parlamentares governistas e oposicionistas trocaram impressões sobre o desempenho da petista no plenário, na reta final do processo no Senado

 Denise Rothenburg João Valadares
Carlos Moura/CB/D.A Press
Torcida organizada depois do discurso da presidente Dilma no plenário

Enquanto a presidente afastada, Dilma Rousseff, respondia os questionamentos, nos bastidores do Senado Federal, parlamentares governistas e oposicionistas trocaram impressões sobre o desempenho da petista. Algumas piadas eram feitas no plenário. A todo instante, senadores se aproximavam da imprensa para fazer algum tipo de comentário. “O depoimento dela é uma peça de ficção. É uma propaganda do governo Lula”, dizia, aos risos, o líder do PSDB na Casa, Cássio Cunha Lima (PB).

O deputado pernambucano Sílvio Costa cumprimentava, de maneira efusiva, todos os políticos que apoiam a saída de Dilma com um adjetivo singelo. “Diga, meu golpista preferido”, dizia quando se aproxiamavam. Nas galerias, todas as lentes eram apontadas para o ex-presidente Lula e o cantor e compositor Chico Buarque. Eles sentaram lado a lado. O ex-ministro da Defesa, Aldo Rebelo, comentava com sua mulher, Rita, o que se passou na galeria do plenário do Senado: “Várias moças foram até lá tirar fotos e eu crente que era comigo. Era com o Chico Buarque”, brincou.

Profundo conhecedor do Alvorada, onde recebeu vários senadores, Lula não se cansava de olhar para as bancadas do plenário. Coçando o bigode o tempo todo, analisava o semblante dos parlamentares enquanto Dilma discursava na tribuna do lado direito. A sensação do PT é de incredulidade. No fim da manhã, Lula teve a companhia do deputado Devanir Ribeiro (PT-SP) e do ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), que só conseguiram acesso à galeria depois de um pedido do senador Paulo Rocha (PT-PA).

Mais tarde, os dois não saíam da sala de café dos senadores, onde dividiam uma das mesas com o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa. Eis que, de repente, lá vem o senador Romero Jucá, que se senta à mesa com os petistas. Ele e Barbosa comentavam sobre o Orçamento que deve chegar amanhã ao Congresso. Quem via a cena de longe, perguntava-se sobre tamanha proximidade entre Barbosa e Jucá, ministro do Planejamento dos primeiros dias do governo Temer.

Enquanto isso, na presidência do Senado, a presidente afastada, Dilma Rousseff, tropeçou quando saiu do plenário na hora do almoço, mas fez o melhor discurso da sua história política, segundo senadores tarimbados nesse ofício, caso de Jader Barbalho. Dilma almoçou com Lula e alguns senadores, como Fátima Bezerra. A presidente retomou a dieta, por isso, dispensou o penne com molho de tomate e comeu apenas salada e carne assada. Ao fazer uma foto com deputadas, quase derruba um quadro da Presidência do Senado. Mais cedo, conversou com Chico Buarque e perguntou sobre futebol. Ele falou do Politeama, time de pelada fundado por ele. O compositor não almoçou com os petistas. Preferiu voltar para o hotel.

O senador Hélio José (PMDB-DF) cumprimentou o ex-presidente Lula. Nos tempos de PT, era o Hélio Gambiarra e foi assim que Lula lhe cumprimentou.

Nenhum comentário:

Postar um comentário