Depois de nova contabilidade feita ao longo deste sábado, interlocutores do governo calculavam ter 61 votos para o impeachment. Para que Dilma seja afastada definitivamente do cargo são necessários, ao menos, 54 votos.

"Quando Dilma estava no governo, Lula não conseguiu virar votos. Imagine agora, que não tem o 'Diário Oficial'", disse ao Blog um interlocutor do presidente em exercício Michel Temer, em uma alusão a nomeação de cargos no governo.

Para este auxiliar, o que Lula faz é "jogo de cena" para dizer que não abandonou Dilma na reta final e, ao mesmo tempo, dá um ânimo na tropa mais próxima da presidente afastada.

A estratégia de Lula, definida nesta sexta com Dilma, de oferecer cargos e até ministérios para senadores do Norte e Nordeste tem sido neutralizada por uma ação pessoal de Temer, que tem conversado com os mesmos senadores.

Como revelou o Blog nesta sexta, Lula mira em senadores do Maranhão, de Rondônia e de Alagoas para conseguir mudar, pelo menos, sete votos.

"Esses senadores têm memória. Sabem o que passaram durante o governo Dilma. Eles não confiam em Dilma", disse este auxiliar de Temer.

O nosso centro da meta é 61. Pode ter um a mais, ou um a menos", afirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), reforçando a análise do Palácio do Planalto.
Na segunda e na terça, será montado um bunker para acompanhar de perto todos os momentos da votação. Em seu gabinete, Michel Temer estará acompanhado dos ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo).