segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Reunião entre Levy e PMDB é primeiro passo para aprovar ajuste, diz Temer

23/02/2015 19h59 - Atualizado em 23/02/2015 21h25

Reunião entre Levy e PMDB é primeiro passo para aprovar ajuste, diz Temer

Ministro da Fazenda se reúne com cúpula do PMDB nesta segunda (23).
Ministro e partido deverão discutir MPs que alteram benefícios trabalhistas.

Filipe MatosoDo G1, em Brasília
Presidente nacional do PMDB, o vice-presidente da República, Michel Temer, afirmou que o jantar desta segunda-feira (23) do qual participarão a cúpula do partido e os ministros da equipe econômica do governo será o “primeiro passo” para a aprovação das medidas provisórias que alteram os benefícios trabalhistas e se enquadram nas medidas de ajuste fiscal.
No final do ano passado, o Executivo editou duas MPs que tornaram mais rigoroso o acesso da população a uma série de benefícios previdenciários, entre eles seguro-desemprego e pensão por morte. As regras já estão em vigor, mas, para virarem lei, precisam ser aprovadas pelo Legislativo em 120 dias. Antes de serem votadas em plenário, porém, precisarão ser discutidas em comissões criadas no Congresso especialmente para esse fim.
“Eu convidei o ministro [Joaquim] Levy precisamente para ter um primeiro encontro com o Congresso Nacional. Lá, estarão os presidentes do Senado, da Câmara, líderes do PMDB e ministros do PMDB. Acho que é o primeiro passo para que o ajuste fiscal possa a vir ser vitorioso no Congresso. É preciso começar o diálogo, a começar pela área econômica”, disse Temer.
Participarão do jantar, além de Temer, os presidentes do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), ministros do PMDB, líderes do partido nas duas casas e os ministros Joaquim Levy (Fazenda), Nelson Barbosa (Planejamento) e Alexandre Tombini (Banco Central).
Nesta segunda, Eduardo Cunha afirmou que o governo precisará se articular e “convencer” os aliados se quiser aprovar as medidas de ajuste fiscal no Congresso.

Antes de seguir para o Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-presidência, onde ocorre o jantar do PMDB com os ministros da área econômica, Michel Temer disse esperar que Joaquim Levy seja “convincente” com os argumentos que apresentará aos integrantes do partido, “já que para o Brasil é importantíssimo, neste momento, o ajustamento fiscal.”
Questionado sobre se ele “levará” o PMDB a aprovar as medidas de ajuste, Temer afirmou que isso cabe ao Congresso e que, no Senado e na Câmara, o partido tem os seus líderes. Ele disse ainda que a presidente Dilma Rousseff pode contar “seguramente” com a legenda nas votações de interesse do governo.
Reajuste da tabela do IR
Temer comentou ainda o veto da presidente Dilma Rousseff ao reajuste em 6,5% da tabela do Imposto de Renda, aprovado pelo Congresso Nacional. Segundo a presidente, o percentual “não cabe” no orçamento e o governo defende que seja em 4,5%. O veto deve ser analisado pelo plenário do Congresso na próxima semana.
Ao falar sobre o assunto, o vice-presidente da República assegurou que o governo está em processo de diálogo com o Legislativo e mencionou uma reunião que teve na tarde desta segunda com o ministro das Relações Institucionais, Pepe Vargas.
“Esse diálogo está sendo feito com maior intensidade nesses últimos tempos. Aumentaram sensivelmente e é importante que se preste homenagem ao Congresso Nacional, porque, afinal, quem possui a última palavra nessa matéria é o Congresso e isso [as negociações] está sendo intensificado”, afirmou.

'Muito espaço' para negociar
Após se reunir com Michel Temer no Palácio do Planalto, o líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), afirmou nesta segunda que há “muito espaço” para o governo negociar o reajuste da tabela do Imposto de Renda com o Congresso Nacional - embora a presidente Dilma já tenha afirmado que o "compromisso" do governo é com o reajuste em 4,5%.
Após dizer que o governo dialoga com as centrais sindicais o veto presidencial ao reajuste em 6,5%, aprovado pelo Legislativo, Guimarães ressaltou que o encontro desta noite serviu para “passar em revista” a pauta de votações do Congresso Nacional e para abordar a necessidade de recomposição da base.
“Há muito espaço [para negociação]. O governo quer aprimorar as medidas provisórias e está trabalhando para isso com as centrais. Evidentemente, mantendo sua espinha dorsal. São muitas emendas apresentadas e nós vamos discuti-las e aprofundar o debate”, afirmou.

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