O voo MH370, desaparecido há quase um ano, pode ter sido desviado da sua rota deliberadamente, por alguém dentro do cockpit. Vários peritos em desastres aéreos analisaram dados de satélite do voo da Malaysia Airlines e apuraram que o avião continuou a voar por algumas horas, depois de perder contacto. Um exame cuidado das provas revelou que o voo MH370 fez três viragens após a última transmissão por rádio. Primeiro, uma viragem à esquerda, seguida de outras duas, e depois rumou para sul, em direção à Antártida.
Segundo Malcolm Brenner, um dos maiores especialistas em desastres de aviação do mundo, todas aquelas viragens "sugerem fortemente" que alguém no cockpit desviou o avião da sua rota, de modo deliberado. "Este acidente captou a atenção do mundo de uma maneira que nunca vi, em 40 anos de carreira na aviação," assegura Brenner.
As afirmações foram feitas para um novo documentário da National Geographic, que será emitido a 13 de Abril. Nele, Brenner e uma equipa de peritos tentam solucionar o mistério do MH370.
O comissário australiano da Segurança nos Transportes, Martim Dolan, diz ter esperança de descobrir os destroços nos próximos meses. "Não acordo todos os dias a pensar 'Vai ser hoje o dia', mas acordo todos os dias e espero que seja desta vez, que, algures até Maio, chegue o dia." "Tem sido tão desconcertante como, do nosso ponto de vista, sem precedentes - não só o mistério, mas também a dimensão daquilo que se está a fazer para encontrar o aparelho. Tal como continuamos a ressalvar, não temos uma certeza, apenas a confiança de que vamos encontrar o avião desaparecido."
O voo MH370 desapareceu a 8 de março de 2014, enquanto fazia a ligação entre Kuala Lumpur e Pequim, e levava 239 pessoas a bordo. Não foi encontrado qualquer vestígio do aparelho desde então. As buscas têm sido, até ao momento, infrutíferas. Numa fase inicial acreditava-se que o local do acidente estaria situado no sul do Mar da China ou no Golfo da Tailândia. Mas os esforços das buscas foram depois redirecionados para a zona sul do Oceano índico.
Acreditou-se que quaisquer vestígios de destroços que podessem ter fica à superfície do oceano já teriam sido soterrados no fundo do mar, e que alguns detritos dariam eventualmente à costa em Sumatra, no leste da Indonésia. Porém, até agora, não existe qualquer vestígio ou peça do aparelho.
Estima-se que, se não se registarem atrasos com embarcações, equipamento ou condições meteorológicas, as buscas subaquáticas estarão terminadas até ao fim do mês de maio.
Apesar dos vários meses de buscas na região, até hoje não houve quaisquer avistamentos de destroços à superfície, ou quaisquer indícios de que o avião esteja no fundo do mar, naquela zona.