segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Após a eleição, PMDB busca unidade e novo bloco pode ser criado

País

Após a eleição, PMDB busca unidade e novo bloco pode ser criado

Agência Senado
Curar feridas e cobrir brechas. A orientação do PMDB após uma concorrida eleição para a presidência com dois candidatos do mesmo partido – Renan Calheiros, o vencedor, e Luiz Henrique, que teve 31 votos – é a de trazer os dissidentes para perto. Além do próprio Luiz Henrique, os senadores Ricardo Ferraço (ES), Dario Berger (SC) e Waldemir Moka (MS) foram favoráveis à candidatura avulsa.
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) acredita que a candidatura avulsa não foi boa para o partido, que tinha decidido pelo nome de Renan Calheiros. Contudo, Jucá quer enterrar o assunto. Segundo ele, a eleição ficou para trás e não houve racha dentro da legenda.
- Não houve divisão. Nós tivemos quinze votos e o Luiz Henrique teve quatro dentro do PMDB. Encerrada a disputa e a eleição em que o senador Renan ganhou com 18 votos de diferença, nós vamos agora procurar unir o Senado inclusive com a oposição. Nós queremos trabalhar com todos, unindo também a bancada do PMDB. Luiz Henrique, Moka, Ferraço e Berger são excelentes companheiros e não há nenhum tipo de ressentimento ou perpetuação da disputa. Aliás, se dependesse de nós nem teria havido disputa. A bancada discutiu, definiu e indicou o nome de Renan. O correto era não ter candidatura avulsa. Houve, mas nós superamos e agora é buscar união, ouvir a todos e trabalhar.
Jucá atribuiu a candidatura de Luiz Henrique a uma tentativa “legítima” de a oposição marcar sua posição política. Mas que não poderia ser interpretada como uma insatisfação com a presidência de Renan.
Não é o que pensa o senador José Agripino (DEM-RN), que trabalhou pela vitória de Luiz Henrique na liderança do Democratas.
- Eu acho que é um racha irrecuperável. É manifestação de resistência e de inconformismo com uma situação que está envergonhando o Congresso Nacional. Há os que se locupletam e os que se envergonham. Dessa vez os que se locupletam ganharam e os que se envergonham perderam. Mas vai chegar um tempo em que os envergonhados serão a maioria – afirmou.
Novo Bloco
Como fato novo após a eleição, surgiu a possibilidade – real, segundo o senador Benedito de Lira (AL), líder do PP  – de ser formado um bloco independente, formado por PP, PSB e PPS. Na última legislatura, apesar de algumas reclamações pontuais, o PP predominantemente votou como a base governista. O PSB, como teve candidato próprio à presidência da República, distanciou-se do Planalto e no fim teceu duras críticas a Dilma ao apoiar Aécio. O PPS, agora representado no Senado por José Medeiros (MT), tem sido oposição ao governo federal e também apoiou Aécio nas últimas eleições.
Ao todo, o bloco contaria com 12 senadores do total de 81: cinco do PP, seis do PSB  e 1 do PPS.
Se, para a base, o surgimento do bloco independente pode ser desconfortável, para a oposição também não é o ideal, porque alguns cogitavam ter esses partidos formando uma oposição mais encorpada. Mas Agripino admite que era de se esperar uma formação como essa.
- As formações de blocos obedecem muitas vezes à necessidade de as pessoas se juntarem em busca de participação física em comissões, titularidade ou presidência de comissões. Talvez seja esse o objetivo – explicou.
Mesa
Mesmo com o novo bloco, a formação da Mesa Diretora deve continuar bem parecida com a anterior, pelo menos nos cargos-chave. Como Renan, os dois vice-presidentes da Casa devem ser reeleitos nesta terça-feira: Jorge Viana (PT-AC), primeiro vice-presidente, e Romero Jucá, na segunda vice-presidência.
A primeira secretaria deve ser destinada ao PSDB, que atualmente considera dois nomes: Lúcia Vânia (GO) e Paulo Bauer (SC). A quarta também deve ser destinada ao PT, que continuará com a indicação de Ângela Portela (RR).
Até o final da semana também devem acontecer as indicações dos partidos para as presidências das 12 comissões permanentes do Senado. As mais disputadas são a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) e a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), que devem ficar como o PMDB e o PT, legenda que vai também lutar pela Comissão de Direitos Humanos. Já a presidência da terceira comissão a ser escolhida deve ser reivindicada pelo PSDB.

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