A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) recebeu R$ 16,15 milhões do esquema bilionário do chamado “quadrihão do PT”, conforme denúncia apresentada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF (Supremo Tribunal Federal).
Matéria de Euclides Lucas Garcia e João Frey na Gazeta do Povo detalha os repasses do esquema de corrupção, a partir da Construtora Odebrech e da JBS, que foram parar nas mãos de Gleisi em três eleições: 2008, 2010 e 2014.
Em relação a 2008, quando a petista disputou a prefeitura de Curitiba, a Procuradoria Geral da República aponta um repasse de R$ 150 mil da Odebrecht e de um pagamento de uma dívida de R$ 1,5 milhão ao marqueteiro João Santana via “planilha italiano”, sob responsabilidade do ex-ministro Antonio Palocci.
Em relação a 2008, quando a petista disputou a prefeitura de Curitiba, a Procuradoria Geral da República aponta um repasse de R$ 150 mil da Odebrecht e de um pagamento de uma dívida de R$ 1,5 milhão ao marqueteiro João Santana via “planilha italiano”, sob responsabilidade do ex-ministro Antonio Palocci.
O pagamento a João Santa via caixa 2 já tinha sido citado pela esposa do marqueteiro, Mônica Moura, em depoimento ao juíz Sergio Moro, em abril.
“Isso foi uma colaboração, uma doação que a Odebrecht fez para a campanha da Marta Suplicy para a prefeitura de São Paulo em 2008, que nós fizemos o marketing, e a campanha da senadora Gleisi Hoffmann à prefeitura de Curitiba, também em 2008. Eles colaboraram com as duas campanhas pagando uma parte do nosso trabalho”, disse Mônica ao magistrado.
Na disputa pela prefeitura de Curitiba, a petista declarou ao Tribunal Regional Eleitoral ter arrecadado R$ 6,5 milhões para a campanha. Na relação de doadores não consta nenhuma doação da Odebrecht.
Do pleito de 2010, quando Gleisi se elegeu senadora, são mencionados um repasse de R$ 1 milhão a pedido de Paulo Bernardo, marido da petista, e operacionalizado pelo doleiro Alberto Youssef e por Paulo Roberto Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras; e outro de R$ 300 mil via Odebrecht. A prestação de contas da campanha indica que foram arrecadados quase R$ 8 milhões e não há doações da Odebrecht registradas.
Já em 2014, eleição em que a petista perdeu a disputa para o governo do Paraná, citam-se R$ 3,5 milhões recebidos da Odebrecht e mais R$ 10 milhões da JBS. Segundo a denúncia, os pagamentos da Odebrecht foram efetivados em espécie a Leones Dall Agnol, ex-chefe de gabinete da senadora. A prestação de contas indica que a campanha arrecadou R$ 21,6 milhões, sendo R$ 8,6 milhões da JBS, via direção do partido. Novamente não há doação registrada da Odebrecht.
“Uma das mais beneficiadas”
Ainda segundo a denúncia de Janot, Gleisi foi “uma das mais beneficiadas nos esquemas ilícitos mantidos pela organização criminosa na Petrobras, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão e junto à Odebrecht e à J&F”. De acordo com o MPF, ao lado de Paulo Bernardo, Gleisi atuou entre 2009 e 2015 em uma ramificação do esquema de corrupção dentro do Ministério do Planejamento.
“Gleisi e Paulo Bernardo não apenas davam suporte em suas respectivas pastas ao esquema ilícito montado, como também operaram diretamente a cobrança de propina no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão”, diz a denúncia.
Outro lado
Em nota, Gleisi criticou a denúncia apresentada pela PGR. “É uma denúncia sem qualquer fundamento. Busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores no mesmo momento em que malas de dinheiro são descobertas e membro do Ministério Público é envolvido em denúncias”.
Também em nota, o presidente do PT do Paraná, Doutor Rosinha, criticou as investigações feitas no âmbito da operação Lava Jato, as quais chamou de seletivas, e também afirmou que a denúncia contra os petistas desvia o foco de outras investigações.
“Essa é mais uma acusação sem fundamento, que não apresenta provas ou indícios da materialidade. Esperamos que o Supremo Tribunal Federal garanta a reparação da verdade e arquive tamanhas mentiras”, diz a nota.
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